De camisa 5 a garçom e artilheiro: como Zé Rafael virou símbolo do Palmeiras em arrancada decisiva

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Volante teve mais liberdade e participou diretamente de três gols nos últimos quatro jogos. Adaptado mais atrás após a saída de Danilo, ele poderá voltar a jogar como gosta no ano que vem


Zé Rafael ganhou muitos elogios nesta temporada no Palmeiras por se sacrificar e jogar improvisado como camisa 5, ainda que sempre fosse um jogador mais ofensivo. Prestes a ganhar o segundo Brasileirão consecutivo, ele vai terminar a campanha em alta e fazendo o que gosta: gols e assistências.

Relembre como foi a assistência de Zé Rafael para o gol de Breno Lopes

Depois de passar boa parte da temporada tendo como principal responsabilidade ficar mais preso à frente da defesa, Zé ganhou liberdade nesta reta final de Brasileirão para atacar como um meia pelo lado esquerdo.

E nos últimos quatro jogos, fez dois gols (contra Inter e Fortaleza) e uma assistência (contra o Fluminense). Ele será titular nesta quarta, contra o Cruzeiro, às 21h30 (de Brasília), no Mineirão, pela rodada final do Brasileiro.


Zé Rafael durante a partida entre Palmeiras e Fluminense — Foto: Cesar Greco

– Todos aqui do elenco fazem o que for preciso pela equipe, naquele momento fiz o que tinha de fazer, como o professor Abel pediu. Fiz o que precisava e hoje ele já começou a mudar taticamente o time, me deixou mais na frente e posso voltar a participar mais na parte ofensiva. Fico feliz por fazer gol, dar assistência, todos gostam disso, é a melhor parte do jogo – avaliou.

As participações nos três gols foram decisivas: abriu o caminho para a vitória por 3 a 0 contra o Inter, que deu ao Palmeiras a liderança do Brasileiro pela primeira vez, depois marcou o segundo no empate em 2 a 2 com o Fortaleza com um a menos, e encontrou Breno Lopes no triunfo por 1 a 0 contra o Flu que deixou o time com 99,92% de chances de ganhar o Brasileiro.

Desde 2019 no Verdão, Zé Rafael tem 273 jogos pelo clube, 25 gols e 23 assistências. Na atual temporada, fez 59 apresentações (58 como titular), marcou três vezes e deu passes para mais quatro gols.

Aos 31 min do 2º tempo – gol de dentro da área de Zé Rafael do Palmeiras contra o Fortaleza

Antes um meia que foi adaptado a segundo volante a partir de 2020, o camisa 8 tinha como meta fazer deste seu ano com mais gols pelo Palmeiras, batendo 2019 e 2022, quando balançou as redes sete vezes. Mas Abel Ferreira tinha outros planos.

Com a saída de Danilo para o Nottingham Forest, da Inglaterra, e a falta de reposição, o técnico entendeu que era Zé Rafael, apelidado pela torcida de Trem e já chamado até de Robocop pelo treinador, quem poderia preencher esta lacuna no elenco, ainda que nunca tivesse sido camisa 5.

– Todo atleta no fundo trabalha para ajudar a equipe de forma efetiva. Como eu sempre fui mais ofensivo, quando teve a pequena alteração tática, senti um pouco, mas sabia que a equipe precisava – relembrou.

A forma como se dedica à equipe fez do meio-campista um principais nomes da “era Abel”. E também na história do clube, em que ele busca o décimo título.

Aos 37 min do 1º tempo – gol de dentro da área de Zé Rafael do Palmeiras contra o Internacional

Até aqui, já venceu um Brasileiro (2022), duas Libertadores (2020 e 2021), três Paulistas (2020, 2022 e 2023), uma Copa do Brasil (2020), uma Recopa Sul-Americana (2022) e uma Supercopa (2023).

Com contrato até o fim de 2025, Zé Rafael deve voltar a jogar como gosta no ano que vem. Isto porque o Palmeiras contratou Aníbal Moreno, meio-campista do Racing, da Argentina, que joga como camisa 5.

(GE)