Wakanda no Pelô: Pantera Negra II é lançado no embalo do Olodum e de Margareth

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Wakanda no Pelô:  Pantera Negra II é lançado no embalo do Olodum e de Margareth(Foto: Paula Fróes)

Depois da primeira viagem ao Egito, o Olodum fez um outro roteiro inédito para a sua rica história: foi até Wakanda, o reino dos Pantera Negra, filme da Marvel cuja continuação chega nesta quinta-feira (10) aos cinemas de todo o país.

A embaixada do país fictício na Bahia foi erguida na Casa Olodum, no Pelourinho, que recebeu ontem a Torcida Wakanda Olodum. O bloco afro deu sua batida percussiva à trilha sonora do filme, enquanto cenas do longa eram exibidas nas paredes da casa. Para completar, participações especiais de Margareth Menezes e de Pierre Onassis.

O Pelourinho ficou lotado, balançando no swing dos tambores. De cima do casarão, Maga fez todo mundo tirar o pé do chão cantando No Woman No Cry, de Bob Marley, fundida com a versão em português escrita por Gilberto Gil, Não Chores Mais; e ainda embalou a galera com o hit Faraó.

Comandante da Orquestra, Mestre Memeu puxou a banda com a música A Body, A Coffin, no filme interpretada pela cantora ganense Amaarae. Embaixadora do filme no Brasil junto à escritora Djamilla Ribeiro, Margareth não escondeu a felicidade por fazer essa ponte entre Salvador e Wakanda. 

Margareth entende que o filme tem uma força que mexe com corações, memórias, ancestralidades e tecnologias negras. “É bacana dar essas dimensões das possibilidades que existem por conta do povo negro. O filme agora é protagonizado por uma mulher, que substituiu o Pantera Negra. Há várias simbologias”, disse Margareth.

“O Brasil tem esse potencial e protagonismo. É importante a gente voltar a acreditar, investir nessas conexões porque somos um país de mística muito grande, as pessoas lá fora gostam. Hoje temos um ambiente novo, mais convidativo, que vai valorizar a nossa cultura, arte. São novos tempos e lançar esse filme aqui é muito significativo.”

Presidente do Olodum, João Jorge comemorou a parceria, que classificou como um atestado da força do Bloco. “Representa o presente e o futuro. O Pelourinho é uma das maiores representações de nosso passado ancestral e Wakanda é a nossa representação de futuro, uma inspiração para uma Bahia cada vez mais negra, cada vez mais livre”, declarou. 

Margareth posa para foto ao lado de João Jorge e Marcelo Gentil, vice-presidente do Olodum (Foto: Paula Fróes/CORREIO)

Força feminina

No enredo da continuação, Wakanda fica sem um Pantera Negra após a morte de T’Challa, personagem que era interpretado pelo ator Chadwick Boseman, que morreu em 28 de agosto de 2020, aos 43 anos, após uma batalha de quatro anos contra o câncer colorretal. O ator interpretava o personagem desde  2016.

A solução encontrada pelo diretor e roteirista Ryan Coogler e pela Marvel para tentar repetir o sucesso do filme de 2018 –  que faturou mais de R$ 1 bilhão – foi trazer as mulheres para o protagonismo em Pantera Negra: Wakanda para Sempre. Com destaque para de Shuri, a irmã genial de T´Challa,  vivida pela atriz  Letitia Wright.
 
Na trama, as potências mundiais fazem pressão sobre o reino negro para ter acesso ao vibranium, um metal especial que só existe em Wakanda e um novo inimigo invade as fronteiras do país  para ter acesso ao material: o poderoso Namor (Tenoch Huerta), um ser do fundo do mar, que entra em conflito com o povo da superfície. Vale dizer que o diretor colocou o personagem – que é um dos  primeiros mutantes – como regente de um reino pré-colombiano das américas. 

Com tudo isso, a rainha Ramonda (Angela Basset) entra numa sinuca de bico e precisa escolher entre unir forças com a nova ameaça ou colocar o povo wakandiano em risco. Ao mesmo tempo, Shuri e as guerreiras Okoye (Danai Gurira) e Nakia (Lupita Nyong’o) e o ex-rival M’Baku (Winston Duke )  precisam superar a dor da perda de um dos maiores super-heróis do mundo para combater o poderoso adversário e tomar seus lugares entre os heróis lendários de Wakanda.

Pantera Negra: Wakanda Para Sempre é um filme que tem tudo para fortalecer os laços afetivos que a comunidade negra já tem com a produção por conta de todo o plano de fundo por trás dela. A morte de Boseman, a ascensão de heróis e heroínas pretas e, agora, a força dos tambores do Olodum.

(correio*)