Especialista explica que robôs, que se passam por compradores, ajudam a sobrecarregar os sites de venda de ingressos
RBD vai se apresentar no Brasil em novembro deste ano
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Depois de muitas críticas nas redes sociais e em sites de reclamações, a Eventim está sendo cobrada pelo Procon-SP a prestar esclarecimentos sobre os ingressos que estão sendo vendidos para os shows do RBD, que vão acontecer no Brasil em novembro. Embora o sucesso do grupo mexicano seja estrondoso no país, Arthur Igreja, especialista em tecnologia e inovação, não acredita que apenas a alta procura dos fãs justifica o rápido esgotamento dos bilhetes.
“Particularmente, não acredito que seja só excesso de busca. Já existe um mercado estabelecido de compra e revenda, ou seja, cambistas digitais, e não dá para ignorar a influência, inclusive, de robôs. Esses robôs podem ser desde simples, que simulam uma pessoa fazendo as etapas iniciais de navegação, até mais avançados, que fazem a compra de ponta a ponta. Além disso, os sites ficam sobrecarregados, o comprador, por vezes, acha que está na fila de compra, mas não está. Ou está preenchendo os dados e, de repente, cai o sistema”, explica.
“Em suma, não é apenas a alta procura. Tem uma falta de preparo de quem vende e todo esse mercado estabelecido”, acrescenta Igreja.
O profissional não acha que apenas divulgar quantos ingressos serão vendidos em cada lote ajude os consumidores de alguma forma na hora de fazer a compra, mas concorda que essa transparência seria benéfica para construir uma boa relação entre empresa e cliente.
Igreja afirma que a indústria de eventos pouco evoluiu tecnologicamente nos últimos 15 anos; por isso, dá algumas dicas para as companhias, como a Eventim, solucionarem o problema.
“Um ponto importante que vale ressaltar é: existem muitas ferramentas de tecnologia que poderiam auxiliar, como blockchain e NFTs (dispositivo eletrônico criptográfico que representa algo único). Com isso, teria rastreabilidade e diminuiria o cambismo digital e também a atuação dos cambistas físicos nas portas dos estádios. Com os ingressos em NFT, é possível saber na hora quem está acessando o evento.”
Além disso, ele aconselha os consumidores a entrarem no site de compra assim que as vendas começarem. “Acessar horas antes ajuda um pouco. A pessoa pode ficar na página de compra, pois o que acontece é que, normalmente, estabelecem um horário de abertura das vendas. Só que se a pessoa estiver na página de compra um pouquinho antes do horário determinado, já começa a formar a famigerada fila virtual, por vezes, entre 10 e 15 minutos antes. Pode ajudar já estar com o login feito da conta do site, estar com os dados de pagamento preenchidos, pois tem um temporizador também para efetuar a compra”, afirma.
(POPLine)