Andrea Abelha lembrou o início da carreira de Paulinha, o amor e cuidado dela com o pai e sobre o legado da artista. A cantora morreu no dia 23 de fevereiro de 2022, após complicações decorrentes de insuficiência renal.
Filha mais velha de uma família de três irmãs, a cantora Paulinha Abelha era vista como uma pessoa decidida e que desde cedo sabia o que queria. A artista morreu aos 43 anos, no dia 23 de fevereiro do ano passado, após complicações decorrentes de insuficiência renal.
O jeito determinado de Paulinha no início da carreira é uma das lembranças que a irmã Andrea Abelha recorda com carinho. “Lembro que ela se inscreveu para uma seleção no Faustão, mas não deu certo, e ela chegou em casa dizendo a minha vó que um dia conseguiria e conseguiu. E tempos depois ela se apresentou no Faustão com a Banda Calcinha Preta, onde todo o Brasil a conheceu”, recordou.
Andrea disse ainda que a carreira artística da irmã sempre contou com a parceria da família, em especial a do pai.
“Nosso pai foi o maior incentivador. Desde sempre esteve com ela, apoiando e dando coragem. Ele pedia dinheiro nos ônibus para conseguir pagar as passagens para eles viajarem de Simão Dias para Aracaju. Ela era menor de idade e ele ficava aguardando enquanto ela cantava em barzinhos na Orla da Atalaia”, disse.
Paulinha Abelha com a família — Foto: Arquivo pessoal
Após a morte de Paulinha, Andrea Abelha, que se mudou para a casa da irmã na Grande Aracaju, diz que a família tem se adaptado a uma nova realidade, mas sem perder a conexão com ela. “Tudo traz recordações dela. Cada cantinho dessa casa é Paula. Sinto muita falta. Alguns objetos têm até o cheiro dela, nunca lavei e nem vou lavar, vai ficar para sempre”.
Ela disse que também assumiu a responsabilidade de cuidar do pai, que antes ficava sob os cuidados de Paulinha. Acamado há seis anos, Gilson Abelha não fala, tem poucos movimentos e se alimenta com o suporte de sonda.
“Ela cuidava muito dele e o amava demais. Ele tem assistência de saúde 24h e eu estou sempre aqui ao lado dele, conversando, dando carinho e rezando. Já falei com ele sobre Paula, mas acredito que por conta da doença ele não entenda. Eu sinto que ele lembra dela, mas por sermos parecidas fisicamente, ele pode achar que eu sou ela”, contou.
Sobre a mãe, que continua morando no município de Simão Dias, cidade natal da cantora, Andrea contou que a tristeza é um sentimento muito presente na vida dela no último um ano. “Minha mãe está acabada, é uma ferida que não vai cicatrizar. Ela está sofrendo muito”, lamentou.
Em meio à dor e as lembranças, Andrea diz que busca forças para cuidar dos pais e manter vivo o legado de Paulinha, que recentemente teve a sua memória eternizada ao ganhar um espaço do museu, que retrata os filhos ilustres da sua cidade natal.
“Paulinha é única. Nunca vi um ser humano tão bom, tão maravilhoso, cheio de luz com ela. Inesquecível”, finalizou.
(G1)