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Racismo contra Vinicius Junior: polícia detém três torcedores que insultaram brasileiro

Valencia diz estar cooperando com investigação e promete banir do estádio torcedores envolvidos em casos de preconceito


A polícia nacional da Espanha anunciou nesta terça-feira que identificou nas últimas horas três torcedores que insultaram o brasileiro com xingamentos racistas no duelo entre Valencia e o Real Madrid, no Estádio Mestalla, no último domingo. Segundo nota, três jovens foram detidos “por condutas racistas” durante o confronto.https://imasdk.googleapis.com/js/core/bridge3.575.0_pt_br.html#goog_2043925729Reproduzir vídeoReproduzir–:–/–:–Silenciar somTela cheia

Polícia detém suspeitos de racismo contra Vinicius Junior no estádio do Valencia

Logo após a operação policial, o Valencia afirmou estar cooperando com as autoridades na investigação e prometeu banir do estádio os torcedores culpados.

– O clube reitera sua condenação mais enérgica e sua posição contra o racismo e violência em todas as formas. E que atuará com a mesma contundência com todas as pessoas identificadas, aplicando sua medida mais severa: expulsando-os do estádio por toda a vida. O Valencia não tolera nenhum tipo de ataque racista. O racismo não tem lugar no nosso clube – disse o Valencia.

Suspeitos de racismo contra Vinicius Junior foram detidos nesta terça-feira — Foto: Reprodução/Twitter

Suspeitos de racismo contra Vinicius Junior foram detidos nesta terça-feira — Foto: Reprodução/Twitter

O Real Madrid entrou com denúncia junto à Procuradoria Geral do Estado, alegando crime de ódio e discriminação contra Vini Jr. Uma investigação foi aberta para punir criminalmente os responsáveis.

O Ministério do Esporte da Espanha, através da Comissão Permanente contra Violência, Racismo, Xenofobia e Intolerância – responsável por punir os atos racistas no âmbito esportivo – também iniciou a análise dos vídeos do incidente no Mestalla na última segunda-feira.

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Real Madrid aciona a Justiça espanhola por crime de ódio e discriminação contra Vinicius Junior

Racismo em Valencia 1 x 0 Real Madrid

Vinicius Junior foi vítima de mais uma manifestação racista na disputa de uma partida do Campeonato Espanhol no último domingo, diante do Valencia, no Estádio Mestalla. O brasileiro acusou parte dos torcedores anfitriões de chamá-lo de “macaco” aos 24 minutos do segundo tempo, quando o time da casa vencia o Real Madrid por 1 a 0.

Após permanecer parado por alguns minutos, depois da denúncia de Vinicius, o jogo foi retomado pelo árbitro Ricardo de Burgos. Na reta final do confronto, o atacante brasileiro acabou expulso depois de uma discussão com o goleiro Mamardashvili – que virou uma confusão generalizada, na qual Vini chegou a levar um mata-leão de Hugo Duro, e reagiu com o braço direito, que atingiu o atleta do Valencia.

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Vinicius Junior volta a se manifestar e condena impunidade em casos de racismo

Vinicius deixou o campo aplaudindo a decisão da arbitragem ironicamente, e, ao fim da partida, usou as redes sociais para se manifestar, indicando que a expulsão foi “um prêmio por sofrer racismo”. E, mais uma vez, criticou a direção de LaLiga, afirmando que a entidade “acha normal os casos”, usando o slogan da competição “Não é futebol, é LaLiga”. Vini afirmou que “vai até o fim contra os racistas”, deixando em aberto a chance de deixar o futebol espanhol.

Presidente do Real Madrid, Florentino Pérez se reúne com Vinícius Junior e demonstra apoio

Antes disso, o técnico Carlo Ancelotti, na entrevista logo depois do jogo, fez questão de se manifestar e condenar os insultos racistas contra Vinicius, destacando que “não queria falar de futebol” após os episódios no Mestalla.

Horas depois do incidente, o presidente de LaLiga, Javier Tebas, que já havia discutido com o brasileiro através das redes sociais recentemente, voltou a se posicionar com críticas contra o jogador. O dirigente afirmou que Vini “precisa se informar”, acusando o atleta de não se apresentar quando solicitado.

Vinicius retrucou e afirmou que Tebas, em vez de criticar os racistas, foi às redes sociais para atacá-lo. E que não era amigo do dirigente para conversar sobre racismo, mas sim desejaria ver “ações e punições”. No dia seguinte, o presidente de LaLiga voltou às redes sociais para rebater Vini Jr, dizendo que “nem a Espanha nem LaLiga são racistas”, e que não permitiria que “a imagem da competição fosse manchada”.

Também na manhã de segunda-feira, o Real Madrid se posicionou publicamente condenando o episódio de racismo contra Vinicius Junior no Mestalla. O clube afirmou que acionou a Procuradoria-Geral do Estado, denunciando crime de ódio e discriminação. O presidente Florentino Pérez também se encontrou com o jogador para tratar do tema, e, horas depois, uma nova nota oficial do Real criticou a Federação Espanhola e os árbitros.

Vinicius Junior reclama de racismo por parte da torcida do Valencia — Foto: Getty Images

Vinicius Junior reclama de racismo por parte da torcida do Valencia — Foto: Getty Images

O presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF) demonstrou apoio público a Vinicius Junior e criticou duramente Javier Tebas, dizendo que o brasileiro deveria “ignorar o comportamento” do presidente de LaLiga.

O Valencia também veio a público para dizer que banirá os autores dos insultos racistas contra Vinicius. O Ministério do Esporte da Espanha, através da Comissão Permanente contra Violência, Racismo, Xenofobia e Intolerância – responsável por punir os atos racistas no esporte – iniciou a análise dos vídeos do incidente no Mestalla.

No Brasil, a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, veio a público para condenar os gritos racistas contra Vini Jr, dizendo estar em contato com autoridades da Espanha para tomar providências. O presidente Lula, em discurso no Japão, também manifestou solidariedade publicamente ao jogador do Real Madrid.

Vinicius Junior voltou a se manifestar no dia seguinte ao episódio em Valencia, divulgando um vídeo nas redes sociais no qual relembrou os casos em que foi vítima de racismo por parte de torcidas de clubes da Espanha. E voltou a pedir punições para os culpados, afirmando que “comunicados não funcionam mais”.

(GE)