Tribunal de Justiça aceitou nesta terça-feira denúncia contra o humorista.
Marcius Melhem — Foto: reprodução GloboNews
O humorista Marcius Melhem virou réu por assédio sexual, de forma continuada, contra três mulheres. A denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ) foi aceita nesta terça-feira (8) pelo Tribunal de Justiça (TJRJ).
O recebimento da denúncia foi antecipado pelo UOL e confirmado pela TV Globo.
Os casos teriam acontecido quando Melhem era diretor de Humor da Globo e trabalhava com as vítimas: as atrizes Ana Carolina Portes (Carol Portes) e Georgiana Góes, que foram a público denunciar, e outra funcionária que preferiu ter a identidade preservada.
Apesar de a humorista Dani Calabresa ter sido uma das denunciantes, o caso dela foi arquivado por prescrição punitiva dos fatos. Os casos de outras quatro mulheres que o acusaram também foram descartados, pelo mesmo motivo.
Desde o início das acusações, no fim de 2019, Marcius Melhem sempre negou ter cometido assédio sexual. Em nota divulgada nesta terça, a defesa diz que vai contestar a acusação.
“A escolha ilegal de uma promotora que não teve nenhum contato com as investigações, em evidente violação ao princípio do promotor natural, fato gravíssimo já levado à apreciação do Supremo Tribunal Federal, resultou, como se esperava, em uma denúncia confusa e inteiramente alheia aos fatos e às provas. Ignorando totalmente os elementos de informação do Inquérito Policial, a denúncia acusa Marcius Melhem do crime de assédio sexual contra três das oito supostas vítimas. No momento oportuno, esta absurda acusação será veementemente contestada pela defesa do ex-diretor, que segue confiante na Justiça, esperando que a Magistrada não dê prosseguimento ao processo, como lhe faculta a lei”, diz a nota, assinada pelos advogados Ana Carolina Piovesana, José Luis Oliveira Lima, Letícia Lins e Silva e Técio Lins e Silva.
O g1 questionou o MP sobre as críticas da defesa e aguarda posicionamento.
Melhem deixou a Globo em agosto de 2020. A empresa informou que investiga criteriosamente todas as denúncias de assédio e que não tolera comportamentos abusivos, mas que não pode comentar publicamente nenhuma investigação desse tipo por ter assumido com todos os seus colaboradores um compromisso de sigilo do processo, que resguarda a investigação dos fatos, denunciantes, denunciados e testemunhas. Mesmo nas hipóteses de desligamento, as razões não são tornadas públicas.
(G1)