Peixe volta a figurar em decisão paulista depois de sofrer por seguidas temporadas dentro e fora de campo; vitória sobre o Bragantino é mais uma etapa cumprida em resgate do clube
Quase uma década depois, o Santos está de volta à final do Campeonato Paulista. Embora não seja o principal objetivo do clube nesta temporada atípica com a Série B do Brasileirão no calendário, a vaga na decisão do estadual é sinal de um bom trabalho realizado nos bastidores depois de anos e anos de maus tratos a uma das camisas mais tradicionais do país.
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Veja a entrevista coletiva de Fábio Carille após Santos x Bragantino
Não há dúvidas sobre os méritos do Peixe pela conquista da vaga na final. O time foi o primeiro a se classificar ao mata-mata, brigou pela liderança geral com o Palmeiras até a última rodada da fase de grupos e, apesar de ter oscilado, se manteve competitivo desde o início da temporada.
Gol de Guilherme em Santos x Bragantino — Foto: Marcello Zambrana/AGIF
Os bons resultados e a possibilidade de um título são um presente à torcida, que não abandonou o clube no pior ano de sua história e tem se mostrado aliada fiel nas ambições deste elenco.
Seja na Baixada Santista ou em São Paulo, os santistas têm demonstrado força. Já havia sido assim no Morumbis, quando quebraram o até então recorde de público do estádio na temporada, e se repetiu na noite da última quarta-feira com uma verdadeira procissão alvinegra nas ruas de Itaquera, na semifinal contra o Bragantino.
Santos 3 x 1 Bragantino | Gols | Campeonato Paulista 2024
Não teve garoa, trânsito, lotação no transporte público que impedisse a invasão santista na zona leste da capital. Os mais de 40 mil torcedores cantaram, apoiaram, fizeram festa e foram retribuídos com uma vitória consistente por 3 a 1 que recolocou o clube da Vila Belmiro no topo do futebol paulista.
Todos os fatores acima enumerados não seriam possíveis se não houvesse uma brutal mudança de mentalidade no CT Rei Pelé. É preciso ressaltar o trabalho de bastidor feito pelo presidente Marcelo Teixeira e pelo coordenador de futebol Alexandre Gallo.
Afinal, do jogo que selou o rebaixamento para a partida que deu a vaga ao Peixe na final do Paulistão passaram-se exatos 113 dias. De lá para cá, o Santos deu um chacoalhão no elenco com 15 contratações e diversas saídas.
Gol de Giuliano em Santos x Bragantino — Foto: Marcello Zambrana/AGIF
O dedo de Fábio Carille também é parte fundamental. O treinador aceitou o conturbado desafio de reconstruir o time e, em pouquíssimo tempo, deu uma identidade ao Santos. O futebol apresentado talvez não seja aquele idealizado por boa parte da torcida, mas certamente é organizado e competitivo.
O futuro segue como uma incógnita, o Peixe aguarda seu adversário na final e, embora não deva desviar o foco na disputa da Série B que se aproxima, pode se dar ao luxo de pensar em dias melhores.
Nada ainda foi conquistado nesta temporada. Contudo, o simples fato de estar em uma final de um campeonato tão disputado quanto o Paulistão após anos e anos de péssimas gestões dá ao santista o direito de festejar. A reconstrução está no caminho certo.
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