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Quais esportes já foram proibidos para as mulheres nas Olimpíadas?


Foto: Wikimedia Commons


Os Jogos Olímpicos surgiram em Atenas, na Grécia Antiga, por volta de 776 a.C. na cidade de Olímpia. Embora tivesse por objetivo homenagear os deuses gregos e promover a interação entre os povos, o evento era restrito aos homens – as mulheres não podiam sequer assistir aos jogos. A única exceção era a sacerdotisa de Deméter, do templo da deusa Ceres, que tinha entre suas obrigações de ofício assistir às provas. Foi a primeira de uma extensa lista de restrições impostas às mulheres no esporte e, principalmente, nas grandes competições.

Após o fim das Olimpíadas antigas, em 393 d.C., os jogos voltariam a ocorrer somente 1503 anos depois, quando o francês Barão de Coubertin iniciou as Olimpíadas modernas em 1896. Embora já pudessem assistir às competições nessa nova era, elas foram proibidas de participar porque a sociedade considerava que não tinham o preparo físico “adequado”.

“É indecente ver mulheres torcendo-se no exercício físico do esporte”, costumava dizer o barão. Na época, alegava-se que o corpo feminino servia apenas para a maternidade, e não para competições esportivas. 

Obviamente, como toda conquista feminina ao longo da História, houve manifestação e luta. Como forma de protesto ao veto, a atleta grega Stamati Revithi correu o percurso da maratona, uma das modalidades mais tradicionais das Olimpíadas, no dia seguinte à corrida oficial dos homens, para mostrar que mulheres também podiam participar dos Jogos Olímpicos.


Em 1900, nas Olimpíadas de Paris, as mulheres foram autorizadas a competir nas modalidades do golfe e do tênis, mas sem direito à medalha. Elas recebiam apenas um certificado de participação.

A inclusão de mulheres em mais modalidades foi acontecendo de maneira gradual, mas somente em 1928, nos Jogos de Amsterdã, é que elas puderam participar de provas de atletismo, tido historicamente como o principal esporte olímpico. 

O vôlei foi o primeiro esporte coletivo que as mulheres tiveram direito de disputar nos Jogos Olímpicos, a partir de 1964 em Tóquio. Já o basquete feminino só iria estrear 12 anos depois, nas Olimpíadas de Montreal, em 1976. Outros esportes tidos como “masculinos”, como o futebol e o judô, só passaram a fazer parte do programa olímpico feminino a partir dos anos 1980. 

A primeira edição olímpica 100% igualitária em modalidades aconteceu somente em 2012, quando o boxe feminino estreou nos Jogos de Londres. Essa também foi a primeira edição em que todos os países que participaram das Olimpíadas tiveram ao menos uma mulher em suas delegações. 

Paris

Após mais de uma década da igualdade em modalidades, veio outro marco. Pela primeira vez, os Jogos Olímpicos terão igualdade de gênero em número de participantes: metade dos mais de 10 mil atletas classificados para Paris são mulheres.

Além disso, o Brasil terá uma delegação majoritariamente feminina. O país contará com 153 mulheres em Paris 2024, o que representa 55% do total dos 277 atletas que estão até o momento confirmados no evento, que começa no próximo dia 26 de julho. A expectativa é de ver muitas mulheres brilharem nos pódios e fazerem história.

(Terra)