Uma advogada e seu cliente foram assassinados hoje à tarde em Santo Antônio, no Rio Grande do Norte. Eles foram baleados momentos após deixarem a delegacia.
As vítimas são a advogada Brenda Oliveira e o seu cliente Janielson Nunes de Lima, de 25 anos, também conhecido como “Gordo da Batata”. Ambos estavam no carro de Brenda.
Ao sair da delegacia, os dois entraram no carro e foram embora, por volta das 15h30. Logo após ser atingida pelos tiros, Brenda perdeu o controle do automóvel. O carro ainda bateu em um ônibus estacionado.
Para os investigadores, a advogada não era alvo dos pistoleiros, mas acabou morta por estar no mesmo carro.
Policiais civis de Santo Antônio acreditam que o assassinato de Janielson foi uma vingança à morte do vaqueiro João Victor Bento da Costa, 19.
Moradores do município fizeram vídeos do carro onde estavam as vítimas. Uma amiga da advogada se desesperou quando a viu no interior do veículo e implorou para que não fossem feitas imagens. O crime chocou a população de Santo Antônio, cidade que tem 22.117 habitantes e fica a 75 km de Natal.
O vaqueiro foi morto a tiros na manhã de domingo
Costa participava de uma vaquejada no Parque Maria Salete, em Santo Antônio, no agreste do RN. Ele estava com sua equipe, mas se afastou por uns instantes para atender uma ligação no celular.Continua após a publicidade
O rapaz estava no estacionamento. Duas pessoas ocupando uma moto se aproximaram dele e efetuaram três disparos. Um dos tiros atingiu as costas da vítima. O vaqueiro nem chegou a ser levado para um hospital. Morreu no local.
Na tarde de hoje, a advogada chegou a fazer uma postagem na rede social, pedindo que o apelido do cliente fosse retirado da legenda de uma live, feita por um repórter em frente à delegacia. “A sociedade e sua mania de condenar um indivíduo apenas com base no ‘disse me disse'”, escreveu ela na legenda da publicação.
A reportagem não conseguiu contato com o escritório e familiares de Brenda Oliveira e representantes de Janielson.
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e a Seccional no Rio Grande do Norte (OAB/RN) afirmaram por meio de nota que receberam a notícia do com “profunda indignação” e que solicitou à Secretaria de Segurança Pública do Estado o “acompanhamento rigoroso das investigações”.
O crime contra uma advogada em seu exercício profissional, além de uma violência bárbara, é um ataque direto ao Estado democrático de Direito. O Sistema OAB seguirá vigilante para que o crime não caia na vala da impunidade.
(UOL)