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Afinal, como os vaga-lumes emitem luz? Cientistas encontram novas pistas

Aqueles que apreciam os vaga-lumes iluminando a noite não hesitam em visitar os locais que exibem esses espetáculos. Aqui no Brasil, por exemplo, os vaga-lumes dão um ar especial ao Parque Nacional das Emas, no estado de Goiás.

Ainda hoje, o mecanismo por trás da bioluminescência, por mais que consista na liberação de energia em forma de luz, é tão incrível e envolto em mistérios quanto aparenta. Isso porque estudiosos continuam tentando entender a função de determinados genes presentes nesses animais e sua relação com as luzes emitidas.

E, graças a um novo estudo, publicado na revista Nature Communications, cientistas estão cada vez mais próximos das respostas que tanto procuram.

De onde surge o brilho dos pirilampos?

Os órgãos fosforescentes dos vaga-lumes estão localizados em seu abdômen. Nos animais adultos, esse órgão que emite luz é formado por três camadas: cutícula, camada luminosa e camada dorsal. Embora os insetos apresentem o órgão de luz já na sua fase larval, depois que se tornam adultos, um novo órgão fosforescente se desenvolve e rapidamente passa a cumprir exclusivamente essa função.

E como o próprio estudo destaca, essa última etapa de evolução dos pirilampos foi pouco estudada até então. Considerando isso, os pesquisadores chineses envolvidos no trabalho optaram por analisar uma espécie de vaga-lume aquático em específico, a Aquatica leii. Ela pode ser encontrada em arrozais espalhados pelo gigante asiático.

Ao investigar os genes que atuam no desenvolvimento do órgão de luz durante a fase de pupação, os estudiosos notaram que dois deles, que sequer eram associados a essa função até então, conhecidos como Alabd-B e AlUnc-4, eram ativados. É justamente graças a esses genes, portanto, que a luminescência dos vaga-lumes se desenvolve de forma adequada posteriormente, quando esses animais atingem a fase adulta.

Analisando a atuação dos genes

(Fonte: Getty Images/Reprodução)
(Fonte: Getty Images)

Além dessa atuação no desenvolvimento do órgão luminoso, estudiosos buscaram compreender melhor como se dá a regulação da bioluminescência. Os pesquisadores descobriram que os genes AlAntpAlRepo e AlAp2 atuam no controle dos flashes.

Ainda foi possível realizar o sequenciamento do genoma de um vaga-lume macho dessa espécie aquática, o que representa um avanço significativo, dado que muitas vezes ocorrem falhas nesse processo, dificultando o estudo de características presentes no DNA. E uma vez concluído, uma das vantagens é que se torna possível sanar lacunas na árvore filogenética dos animais.

Vale lembrar que, apesar do estudo ter se concentrado em uma única espécie e ter se mantido mais restrita à análise de animais machos, as descobertas oferecem informações importantes. Como exemplo disso, a partir do sequenciamento, os pesquisadores também identificaram que A. leii e Abscondita terminalis, que são integrantes da subfamília Luciolinae, são vaga-lumes de linhagens irmãs.

(megacurioso)