Apple vs. Spotify: recurso de audiolivros é tema de nova polêmica

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Spotify vs. Apple Music

nikkimeel / Shutterstock.com

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Tendo perdido a dianteira para o Apple Music no que se refere a streaming de músicas no maior mercado do mundo, os Estados Unidos, o Spotify vem tentando compensar os danos fazendo frente em outros setores.

A empresa, que já se deu muito bem ao investir em podcasts com a aquisição de programas exclusivos, agora quer inovar com a chegada dos audiolivros. Porém, parece encontrar um grande obstáculo pela frente: a própria Apple.

De acordo com uma matéria do The New York Times, a Maçã rejeitou uma atualização do aplicativo do Spotify três vezes no mês passado, afirmando que o novo recurso de audiolivros violava as regras da App Store no que diz respeito à forma como apps devem lidar assinaturas e compras externas.

A Maçã, vale recordar, além de exigir uma taxa para compras dentro de aplicativos baixados pela sua loja proprietária, impede desenvolvedores de exibir links e informações sobre como adquirir tais serviços fora do app — o que é o centro de uma disputa há quase sete anos entre as duas empresas.

Para obedecer às regras tanto da App Store quanto do Google Play na implementação dos audiolivros, o Spotify contratou Nir Zicherman, especialista em direito e cofundador do Anchor. Ele ficou responsável por desenvolver uma estratégia para informar aos usuários sobre como adquirir os títulos — já que a empresa não estava disposta a dar à Apple os 30% exigidos para compras feitas dentro do app.

Ele e sua equipe — a qual contou com dois advogados durante todo o processo — desenvolveram um esquema com algumas etapas para comprar um audiolivro. Quando os usuários tocam em um título, é exibida uma tela com um ícone de cadeado sobre o botão de reprodução. Ao tocar no botão de play, eles seriam levados a uma página onde poderiam solicitar um email para saber mais sobre como comprar o livro. O email, então, incluiria o preço do livro e um link para comprá-lo.

Mesmo com o processo tendo mais etapas do que o planejado, Zicherman e sua equipe estavam certos de que eles não estavam desrespeitando as regras da Apple e do Google, já que não havia nenhuma informação sobre os preços e nenhum link para concluir a compra.

Apple Music, AirPods e Spotify

Comparativo: Apple Music vs. Spotify

O curioso é que esse modelo foi aceito à primeira vista pela Apple, que só informou ao Spotify que suas regras haviam sido violadas em uma atualização posterior, a qual incluía recursos não relacionados a audiolivros. Segundo a Maçã, a plataforma até pode enviar um email com tais informações para os usuários, mas não através de um botão dentro do app.

Com a primeira rejeição, Zicherman e sua equipe alteraram o email que os clientes receberiam, eliminando o botão de compra e o substituindo por um link para navegar pelos títulos de audiolivros do Spotify. A Apple também rejeitou tal alteração.

A nova alternativa, então, foi dizer aos usuários que eles deveriam ir ao site do Spotify para comprar um livro, o que também foi rejeitado.

Só restou, então, a opção de incluir o alerta: “Você não pode comprar audiolivros no aplicativo.” Com isso, fica para usuário a tarefa de pesquisar sobre como concluir sua compra — processo já semelhante ao necessário para realizar uma assinatura da plataforma em si.

Após a alteração, depois de três tentativas, a atualização do Spotify foi finalmente aceita pela Apple. O Google, por sua vez, aceitou de primeira a inclusão do botão para envio do email no aplicativo para Android — o que indica uma maior tolerância quanto às regras sobre compras externas em relação à Maçã.

O Spotify, obviamente, não está nada satisfeito e denunciou oficialmente a Apple por seu “comportamento anticompetitivo”. Acusando a Maçã de mudar suas regras arbitrariamente, o CEO1 da empresa, Daniel Ek, opinou que a rival o faz de forma descarada para prejudicar concorrentes.

(fonte: Macmagazine)