As figuras que acompanham o imperador na lendária pintura ‘Independência ou Morte’, de Pedro Américo, são um dos principais “segredos” do quadro de 415cm por 760cm. Sendo uma das mais importantes peças do acervo do Museu Paulista da USP (Museu do Ipiranga), receberam uma atenção especial de um pesquisador.
Gustavo Penna, escritor de ‘Os Sete da Independência’ (Editora do Brasil), que revelou quais são, afinal, as histórias das sete figuras centrais da obra em seu livro, que está sendo reconhecido nas comemorações do bicentenário como um auxiliador para clarear tal parte da história.
Todas aquelas pessoas realmente existiram. Tiveram histórias. Uma delas, por exemplo, é um mensageiro, que é o patrono dos correios do Brasil! A gente normalmente não imagina, mas Pedro Américo levou quase três anos para concluir a pintura. Ele fez muita pesquisa, não só de referências estéticas, mas também históricas. Roupas, peças do exército, até conversas com quem estava presente na ocasião, no Ipiranga”, explica.
O livro foi reconhecido pela Secretaria Especial da Cultura com o Prêmio Literário 200 Anos da Independência, como uma das melhores obras sobre o tema. Em agosto de 2022, a publicação recebeu o Selo Distinção da Cátedra UNESCO de Leitura PUC-Rio.Í
História por trás
Em sua obra, ele não apenas ilustra e aponta quem eram as pessoas ao lado do monarca no momento retratado com heroísmo — mesmo que de forma parcialmente verdadeira —, mas também conta a trajetória dos envolvidos e porque eles estão homenageados na retratação às margens do Rio Ipiranga.
Evidenciados na figura acima, Major Antônio seria o responsável por levar as cartas que foram o estopim da Independência. Paulo Bregaro, torna-se patrono dos Correios do Brasil. Chalaça é bastante citado na trajetória do Brasil Império, chegando a acompanhar D. Pedro na bebedeira. O Coronel Gama Lobo ainda era vivo quando a pintura foi confeccionada, sendo a testemunha viva que colaborou na retratação.
O Brigadeiro Jordão, por sua vez, é quem dá nome aos “Campos do Jordão”, hoje cidade turística no interior de São Paulo. Luis de Saldanha de Brito foi quem recebeu D. Pedro ao chegar no Brasil, quando tinha apenas 7 anos de idade. Por fim e a frente, levantando sua espada, Dom Pedro, que ainda não era chamado de primeiro, visto que não havia um herdeiro e era conhecido em Portugal como D. Pedro IV.
Além dos resumos, há muitas histórias escondidas nos sete personagens que protagonizam o quadro. No entanto, isso não isenta a pintura de polêmicas sobre inverdades na representação do dia da declaração da Independência.
Penna explica que “é importante que a gente fale dessas coisas. É importante falar de tudo ali que é historicamente incorreto. Mas também é importante entender que o quadro é muito mais a manifestação de um sentimento do que uma peça jornalística. Ele vem cheio de filtros, como qualquer foto no Instagram”.
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(fonte: Uol/ aventuras na Historia)