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Auxiliados por Neymar Pai, donos do PSG negociam investimento no futebol do Santos

Pai do jogador do clube francês estaria fazendo a intermediação entre as duas partes; questões financeiras do Peixe são impasse

Presidente do PSG, Nasser Al-Khelaifi também é CEO do QSI

Santos está em negociações com o Qatar Sports Investments (QSI), fundo de propriedade do governo do Catar que administra o Paris Saint-Germain. Ambas as partes costuram o acordo de forma a que o grupo invista no futebol do Peixe, mas sem que o tradicional clube do litoral paulista se transforme em SAF, a exemplo de outros times do Brasil, como o Bahia, o Botafogo e o Cruzeiro.

O responsável por intermediar as negociações, que já últrapassaram o estágio inicial entre o clube e os administradores, é Neymar Pai. O empresário participou, inclusive, do contrato do Peixe com a Blaze, patrocinadora máster do time. Nos últimos meses, o próprio Neymar também se reaproximou da equipe que o revelou e, em abril, o camisa 10 do PSG assistiu ao jogo do Santos contra o Audax Italiano, pela Copa Sul-Americana.

Uma das principais questões que têm causado dificuldades na concretização do investimento é a situação financeira do clube brasileiro. O QSI solicitou o balanço das finanças ao presidente Andres Rueda para que as contas fossem estudadas.

 

Segundo um estudo publicado pela empresa de consultoria Ernst & Young a partir dos demonstrativos financeiros das equipes, o endividamento do Santos é o nono maior do Brasil, com R$ 540 milhões. De todo o valor, R$ 204 milhões são dívidas em tributos, e outros R$ 97 milhões, em empréstimos.

No entanto, na última temporada, o time do litoral alcançou cerca de R$ 342 milhões em receita, o que criou um superávit de R$ 16,9 milhões. O excedente, por outro lado, ficou abaixo da meta prevista no orçamento. O grupo de investimentos catari não poderia cooperar na quitação das contas santistas, já que a Fifa proíbe que terceiros participem de direitos econômicos dos jogadores.

Na prática, a federação internacional de futebol não permite que grupos como o QSI comprem um jogador e o repassem para os times que desejarem. Por esse motivo, o modelo de negócio ainda é estudado pelas duas partes, já que o Santos não tem dinheiro para investir no futebol, mas ao mesmo tempo não quer se transformar em SAF.

O clube da Vila Belmiro aceitaria a mudança apenas se mantivesse 51% das ações. A oferta, porém, não interessa ao grupo do Catar. O Santos recebeu ofertas de outros administradores para se tornar SAF, mas todas as propostas foram recusadas porque o time não abre mão de ser acionista majoritário.

O jornal esportivo francês L’Équipe informou que o Qatar Sports Investments deseja seguir um caminho semelhante ao do Grupo City, que administra o Manchester City. As empresas desejam investir em clubes ao redor do mundo, e, no Brasil, os ingleses controlam o Bahia. 

(R7 Esporte)