Ex-jogador da seleção brasileira irá se apresentar diante da Justiça na quarta-feira (2), e julgamento ainda não tem data para acontecer
Por Agência O Globo1 AGO 2023 às 07h59Daniel Alves – Reprodução / Instagram
Depois de mais de sete meses desde o caso de estupro denunciado por uma jovem em Barcelona que tem Daniel Alves como autor do crime, as investigações da justiça espanhola estão finalizadas. Ainda não há data para o julgamento do ex-jogador, preso desde 20 de janeiro, que terá uma audiência na quarta-feira, 2, com a juíza do caso e terá sua última chance de se manifestar sobre as acusações.
De acordo com o ge, a Justiça da Catalunha concluiu as investigações apontando que há indícios que ele cometeu o crime. Caso seja condenado, Daniel Alves terá que pagar um valor de 150 mil euros (cerca de R$ 780 mil, na cotação atual) por danos morais e psicológicos à vitima. Ele continuará preso até o final do julgamento, que deve ocorrer até o início de 2024, quando a decisão será pela condenação ou absolvição. A imprensa espanhola avalia que, caso seja condenado, a acusação deve pedir 10 anos de prisão como pena.
Quinta versão de Daniel Alves
Em abril, em novo depoimento à Justiça da Espanha, o jogador afirmou que a relação sexual com a jovem que o acusa de estupro teria sido consensual. Daniel Alves enfatizou que é “respeitoso” na relação com as mulheres e não toma a iniciativa se não perceber “tensão sexual” e uma clara predisposição. O jogador também afirmou que tudo o que aconteceu dentro do banheiro da boate foi um “ato livre e voluntário”, que ele e a jovem fizeram amor e acusadora “nunca disse para parar”.
Questionado sobre o teor da denúncia da jovem, Daniel Alves diz que tem pensado a respeito desde o dia em que foi preso. Ele disse acreditar que a vítima se sentiu “ofendida ou irritada” pelo fato dele ter pedido para saírem separados e discretos, e também porque não foi atencioso ou carinhoso com ela.
As novas declarações de Daniel Alves contradizem a versão da vítima e as evidências coletadas pela polícia. A jovem foi atendida por uma ambulância chamada pela boate Sutton, e transferida para o Hospital Clínic, referência em atendimentos a vítimas de abusos sexuais. Lá, ela passou por um exame médico. O relatório diz que ela sofreu ferimentos leves compatíveis com a “luta” que teria travado com o jogador de futebol para não se sujeitar ao ato sexual.
Versões anteriores
Logo que foi preso acusado de estupro, Daniel Alves negou que havia tinha tido qualquer tipo de contato com a vítima. A versão foi dada pelo próprio jogador, assim que recebeu a acusação, em um vídeo enviado ao canal de TV espanhol Antena 3.
Dias depois, o jogador mudou seu relato, afirmando ter encontrado a vítima no banheiro da boate, tendo sido surpreendido por ela na ocasião. Nessa versão, Alves afirmou que não teve qualquer contato com ela e teria ficado parado, sem saber o que fazer quando a viu.
Daniel Alves, pouco tempo depois, admitiu que manteve uma relação sexual com a mulher (após amostras de sêmen serem encontradas no banheiro), mas disse que ela teria se lançado em sua direção dentro do banheiro para fazer sexo oral. O brasileiro alegou que ele não tinha dado essa versão até aquele momento com o intuito de “proteger” a vítima.
O jogador, depois, acabou afirmando ter havido penetração enquanto eles estavam no banheiro após o resultado de testes biológicos realizados na mulher que acusa o brasileiro. Daniel Alves afirmou que não teria dado essa versão ainda também para proteger a vítima e a sua então esposa, Joana Sanz — que acabou pedindo divórcio após a repercussão do caso.
(Folha de Pernambuco)