Da infância à idade mais avançada, são muitas as experiências, somadas às nossas perspectivas e à própria personalidade, que acabam refletidas em receios das mais variadas ordens. Por outro lado, não é nada fácil admitir nossos medos e buscar uma forma de lidarmos melhor com eles.
Também esquecemos que esses medos são comuns a maioria das pessoas e principalmente que, além de recorrer a um ombro amigo ou mesmo a um psicólogo quando precisamos de uma rede de apoio, podemos encontrar nas palavras dos antigos sábios reflexões muito válidas.
1. Medo de rejeição
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Quantas vezes não fazemos algo a contragosto apenas para agradar aos outros ou evitar críticas? Com o tempo, vemos que nos prejudicamos quando nossas necessidades são deixadas de lado, e quanto o medo da rejeição permeia muitas das relações humanas, seja nas rodinhas do trabalho, nas amizades, e mesmo no namoro ou casamento.
Geralmente sabemos o que deve ser feito nessas situações desconfortáveis, mas com uma palavrinha de Marco Aurélio (121 d.C.–180 d.C.), antigo imperador romano, talvez fique mais fácil agir de forma coerente com o que pensamos: “quem são as pessoas a quem buscamos agradar?”, questiona o famoso autor das Meditações.
Segundo ele, quando damos muita importância ao que os outros falam e pensam, deixamos de lado o nosso guia interior. Ou seja, devemos saber escolher quem priorizar, sem nunca deixar de lado a nossa individualidade.
2. Medo do futuro
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Basta tudo ficar em ordem na vida pessoal para aparecer o medo que algo errado aconteça no futuro. Sêneca (4 a.C.–65 d.C.), filósofo estoico da Roma Antiga, ao escrever o ensaio sobre a brevidade da vida, trouxe uma máxima bastante útil, que vale tanto para os sonhadores, quanto para os pessimistas: “o que mais nos impede de viver é esperar o amanhã” porque, segundo ele, é dessa forma que perdemos o dia presente.
Schopenhauer (1788–1860), filósofo alemão, pode ter ficado bastante famoso pelo seu pessimismo, mas em seus Aforismos para a sabedoria de vida, ele destaca que “nunca devemos esquecer que o apenas o presente é real e certo, e que o futuro, pelo contrário, quase sempre se apresenta bem diferente do que pensávamos”.https://936ebf06fe8147f07d375c8969913307.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html
Para ele, “apenas o presente é verdadeiro e real”, ou seja, é justamente para o momento atual que devemos direcionar nossas energias, e não para nossos pensamentos negativos.
3. Medo da morte
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Além do receio de não ter uma vida feliz e de ser acometido por alguma doença, também temos medo que as pessoas mais queridas nos deixem. Infelizmente, sabemos que faz parte dos percursos da vida.
Aproveitar com sabedoria o tempo com quem amamos é fundamental — e agora que estamos encarando mais um final de ano e traçando metas para 2024, esse é um ótimo ponto de partida a ser considerado.
Mas para quem deposita tudo no futuro, Sêneca alerta de forma categórica: “e quem te deu a garantia de uma vida mais longa?”
“Não será tarde demais para começar a viver?”, pergunta. Da mesma forma, ao olhar para trás, é importante cultivar as boas lembranças das pessoas que gostamos. Afinal, saber como canalizar o nosso afeto é o grande segredo para lidar melhor com a vida e a morte.
4. Medo de mudanças
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Talvez o medo da mudança esteja bastante relacionado com o medo do erro e do fracasso, mas ele merece ser encarado de forma isolada. Afinal, o que acontece a seguir é bem comum: por mais que desejemos algumas transformações em nossa vida, basta que alguma delas se concretize para entrarmos em pane.
Por exemplo: no trabalho, uma promoção pode desencadear uma síndrome do impostor. Até mesmo a hora de mudar de casa ou cidade pode ser paralisante, ainda que tenha sido uma ação planejada durante muito tempo.
Marco Aurélio deixou uma pergunta útil para encontrar respostas interessantes diante desse medo e deixar a zona de conforto para trás: “há qualquer coisa que seja útil e rentável que poderá ser concretizada sem mudanças?”. Em outras palavras: mentalizar que toda evolução é fruto de uma transformação pode ser uma forma de lidar com os momentos decisivos com mais calma.
(Mega Curioso)