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Conheça o skipping, exercício antienvelhecimento que fortalece as pernas e melhora a saúde cardíaca

O skipping é uma prática esportiva que tem crescido muito nos últimos anos, captando a atenção tanto de atletas como de entusiastas do mundo fitness. Um exercício que, embora à primeira vista possa parecer uma atividade ou ação exclusiva das crianças quando estão felizes, é muito mais do que um movimento recreativo, e a sua prática ainda traz muitos benefícios. Também conhecido como “salto alto de joelho”, você pode se lembrar desse exercício físico nas aulas de esportes ou nos recreios escolares, mas a verdade é que atualmente tem ganhado espaço como alternativa à corrida para quem busca melhorar a saúde e a condição física sem se expor a uma disciplina tão exigente para o corpo.PUBLICIDADE

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Nova tendência no mundo fitness, este exercício combina coordenação, resistência e trabalho cardiovascular. É por isso que muitos o adotam como exercício. Suas raízes ou origens podem ser encontradas nas rotinas de treinamento de atletas profissionais, mas agora está instalada socialmente como uma opção viável para se manter ativo e saudável.

Independentemente do objetivo perseguido na academia, pular é uma boa alternativa para ativar ou “ligar” o corpo. Embora você possa pensar que trabalha apenas os músculos da parte inferior do corpo, na verdade é um movimento completo que envolve a participação de quase todo o corpo, dos pés aos ombros.

“Skipping é a batida clássica feita para aquecer. Tem versatilidade, pois pode ser realizado com ou sem elementos e com diferentes intensidades, velocidades e alturas que geram resultados diferentes dependendo do que você procura”, explica o pediatra, especialista em esportes e diretor do setor de Medicina Esportiva Pediátrica da Universidade de Favaloro, na Argentina, Santiago Kweitel. Ele afirma que muitas pessoas optam ou gostam de complementar o exercício com pular corda, já que o movimento central permanece o mesmo.

Benefícios e variantes– PUBLICIDADE –

Quanto à forma como o exercício é feito, é simples: sobre um ponto fixo você deve levantar alternadamente os joelhos rapidamente até a cintura, apoiando apenas a parte frontal do pé e movendo os braços simultaneamente.

Por ser um exercício tão completo, a maior parte das cadeias do corpo estão envolvidas e, dependendo da variante, intensidade e frequência escolhida, haverá mais ou menos implicações musculares. Conforme detalhado por Kweitel, de maneira geral, as partes do corpo que esse movimento mais trabalha são aquelas que correspondem à parte inferior: os músculos extensores do tornozelo (panturrilha, sóleo) e os flexores do quadril (reto quadríceps, psoas).

Se forem acrescentados elementos externos como pesos ou corda, serão trabalhados os músculos estabilizadores do tronco (multífidos, quadrado lombar, reto abdominal) e do core (assoalho pélvico, transverso, diafragma e estabilizadores da cintura pélvica). Pode ser considerado seguro para pessoas de todas as idades.

Essa conclusão foi alcançada pelos pesquisadores responsáveis por uma meta-análise de nove estudos publicados na revista Sports Medicine. O artigo mostrou que até três sessões de treinamento de salto por semana (onde cada sessão incluía três séries de 10 saltos por série, seguidas de 60 segundos de descanso após cada série) melhoraram a força em adultos com mais de 50 anos de idade. No entanto, é importante observar que os participantes do estudo não apresentavam quaisquer condições médicas que pudessem afetar os movimentos. Entre os benefícios que este exercício proporciona, pode-se citar os seguintes.- PUBLICIDADE –

Pode melhorar a saúde do coração

“O skipping pode ser utilizado como método de treino cardiovascular – cujo principal objetivo é fortalecer o coração e manter uma boa saúde pulmonar. E isso também ajuda quem busca perda de peso e perda de gordura por meio da atividade física”, afirma Kweitel.

Vários estudos mostram que este tipo de salto é uma forma eficaz de melhorar a aptidão cardiovascular e reduzir a pressão arterial. Especificamente, pesquisadores de fisioterapia conduziram um estudo experimental em 2019 com homens jovens, no qual um grupo saltou duas vezes por dia durante 12 semanas, enquanto o outro grupo seguiu sua rotina habitual de exercícios. Como resultado, o grupo de salto demonstrou melhorias estatisticamente significativas no VO2 máximo (ou consumo máximo de oxigênio, uma medida de quanto oxigênio o corpo utiliza durante o exercício).

Outro estudo, também de 12 semanas, publicado no European Journal of Applied Physiology descobriu que o salto teve um efeito positivo em pessoas com fatores de risco associados a doenças cardiovasculares, incluindo composição corporal, inflamação, pressão arterial e função vascular (como o sangue e a linfa – líquido esbranquiçado composto por glóbulos brancos que atacam bactérias no sangue e nos tecidos do corpo – circulam por todo o corpo) em adolescentes com pré-hipertensão.

Infere-se que os resultados estão ligados ao fato de que pular constantemente aumenta a frequência cardíaca e fortalece o coração e os pulmões, o que por sua vez contribui para uma melhor circulação sanguínea e maior resistência física.

Mais coordenação e menos risco de lesões

Ao contrário da corrida, esta alternativa tem um impacto mais suave nas articulações, uma opção atractiva para quem procura minimizar o elevado risco de lesões que a corrida apresenta. Ao reduzir o impacto nos joelhos, tornozelos e ancas, este exercício permite uma prática mais sustentável a longo prazo.

Kweitel explica que pular é essencial para quem quer melhorar a coordenação. Uma pesquisa realizada por cientistas italianos concorda com sua afirmação, que reuniu um grupo de jogadores de futebol pré-adolescentes e ordenou que um grupo deles saltasse antes do treino por um período de oito semanas.

Ao final da pesquisa , os jovens saltadores demonstraram melhor coordenação motora e equilíbrio em comparação com seus companheiros não saltadores . Segundo especialistas, isso ocorre porque as articulações do tornozelo e joelho se estabilizam a cada movimento e, ao mesmo tempo, os pés aprendem a dar saltos pequenos, rápidos e repetitivos.

Ajuda a desenvolver e manter a densidade óssea

“Por ser um exercício de impacto repetitivo e poder ser feito com diferentes intensidades, é muito provável que colabore com a melhora da densidade mineral óssea, ou seja, com a qualidade do osso ”, afirma o médico.

Um estudo de 2021 analisou jovens nadadores olímpicos que incorporaram dois novos exercícios em sua rotina de treinamento semanal: saltar e submeter-se a vibrações de corpo inteiro (exercícios que envolvem sentar, ficar em pé ou deitar em uma máquina vibratória) . Com o tempo, os resultados dos testes dos nadadores mostraram um aumento na densidade mineral óssea na coluna lombar, quadris e pescoço, juntamente com uma redução na massa corporal na parte inferior do corpo.

Alivia a ansiedade

Para descobrir se pular tem impacto na saúde mental, os autores de um estudo intitulado “Impacto do pular na monoamina e na atenção em jovens adultos” ordenaram que um grupo de pessoas pulasse sete sessões, cada uma com duração de dois minutos, seguidas de por um minuto de descanso. Os resultados, além de conterem as respostas de um questionário psicológico, incluíram um teste de desempenho e um teste de saliva e urina.

Este último revelou que os adultos que saltaram tiveram reduções significativas nos escores de ansiedade e melhoraram os níveis de atenção e função cognitiva.. Os participantes também apresentaram níveis mais elevados de ácido 5-hidroxindolacético na urina, indicando um aumento na serotonina – um neurotransmissor associado à regulação do humor e à redução da ansiedade.

“Quando os músculos se contraem durante uma atividade, como pular, certos aminoácidos que circulam no sangue são necessários para o funcionamento dos músculos”, explica Elizabeth Lombardo, psicóloga clínica e autora de Get Out of the Red Zone: Transform Your Life, em seu livro. reserve , estresse e otimize o verdadeiro sucesso. “Esses aminoácidos costumam competir com o triptofano, precursor da serotonina, para atravessar a barreira hematoencefálica, ou seja, entrar no cérebro. Assim, com menos desses aminoácidos disponíveis, aumenta a chance de o triptofano ser absorvido, o que pode resultar no aumento da serotonina no cérebro”, observa.

(Folha de Pernambuco)