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Cardiologista do Hospital Jayme da Fonte explica quais os perigos dos problemas cardíacos em jovens
Problemas cardíacos em jovens, embora menos comuns do que em adultos, têm ganhado destaque, principalmente em casos recentes envolvendo atletas de alta performance.
De acordo com o cardiologista Tomás Mesquita, do Hospital Jayme da Fonte, as doenças cardíacas em jovens geralmente diferem das mais frequentes em pessoas mais velhas.
“Nos jovens, é raro encontrar a cardiopatia coronariana, que envolve a obstrução das artérias coronárias. Essas condições são mais prevalentes em pessoas com mais de 45 anos. Entre os mais novos, as doenças comuns são as congênitas e as que afetam as válvulas cardíacas”, explica o médico.
Hipertrofia
No caso dos atletas, a morte súbita é uma preocupação importante.
Mesquita destaca que a principal causa desse tipo de evento em atletas com menos de 30 anos é a hipertrofia cardíaca, uma condição em que o músculo do coração se torna mais espesso, dificultando sua capacidade de contração e podendo causar arritmias ou até levar à morte súbita.
Ele salienta que a prática de esportes intensos pode aumentar o risco, especialmente em atividades como o futebol, que registra uma maior prevalência desse tipo de problema.
Prevenção
A prevenção é fundamental, e o médico recomenda que jovens, tanto atletas quanto não atletas, façam avaliações cardiológicas regulares, mesmo que não apresentem sintomas evidentes.
Segundo Mesquita, “há uma acomodação comum entre os jovens, que muitas vezes acreditam que não precisam fazer check-ups médicos. A Sociedade Brasileira de Cardiologia e de Hipertensão recomenda que, a partir dos 18 anos, seja feita a medição regular da pressão arterial. A hipertensão, uma doença silenciosa, pode passar despercebida até o surgimento de complicações”, alerta o médico.
O reconhecimento dos sintomas também é essencial para a detecção precoce de problemas cardíacos.
“Os sinais mais importantes que indicam a necessidade de uma avaliação médica incluem falta de ar, dor no peito, tonturas e sensação de desmaio”, alerta Mesquita. Ele ressalta que esses sintomas não devem ser ignorados, mesmo em jovens que estejam praticando atividades físicas.
Além disso, o estilo de vida desempenha um papel crucial na saúde cardíaca. Dieta equilibrada e a prática regular de exercícios físicos contribuem significativamente para a melhoria da qualidade de vida e aumentam a expectativa de vida.
“Adotar hábitos saudáveis tem um impacto positivo na saúde cardiovascular, não apenas na juventude, mas ao longo de toda a vida”, conclui o médico.
(Folha de Pernambuco)