Corrida pelos recursos lunares começou, diz chefe espacial russo após fracasso de missão

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Apesar do fracasso da missão Luna-25, diretor da Roskosmos garantiu que o país segue comprometido com a exploração espacial

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A corrida para explorar e desenvolver os recursos na Lua começou, e a Rússia deve continuar participando, apesar do fracasso de sua primeira missão lunar em 47 anos, disse o chefe da agência espacial russa, a Roskosmos, nesta segunda-feira (21).

A nave espacial russa Luna-25 saiu do controle e caiu na Lua no sábado, após um problema na preparação para a órbita pré-pouso, ressaltando o declínio pós-soviético de um outrora poderoso programa espacial.

Recursos no solo da Lua podem esquentar nova corrida espacial

Recursos no solo da Lua podem esquentar nova corrida espacial

ROSCOSMOS/DIVULGAÇÃO VIA REUTERS – 17.08.2023

O chefe da Roskosmos, Yury Borisov, parecendo desanimado durante uma entrevista com a estação de TV estatal Russia-24, disse que é do interesse nacional da Rússia permanecer comprometido com a exploração lunar.

“Não se trata apenas do prestígio do país e da conquista de alguns objetivos geopolíticos. Trata-se de garantir capacidades defensivas e alcançar a soberania tecnológica”, disse Borisov, em seus primeiros comentários públicos após a missão fracassada.

Missão russa para a Lua fracassou após erro de manobra

Missão russa para a Lua fracassou após erro de manobra

ROSCOSMOS/HANDOUT VIA REUTERS – 15.08.2023

“Hoje também tem um valor prático, porque, é claro, a corrida pelo desenvolvimento dos recursos naturais lunares começou. E, no futuro, a Lua se tornará uma plataforma para a exploração do espaço profundo, uma plataforma ideal.

A Rússia disse que lançará novas missões lunares e, em seguida, explorará a possibilidade de uma missão tripulada conjunta Rússia-China e até mesmo uma base lunar.

A Nasa, dos Estados Unidos, já falou sobre uma “corrida do ouro lunar” e sobre o potencial da mineração no satélite natural da Terra.

O programa espacial é motivo de orgulho na Rússia, devido ao lançamento do primeiro satélite em órbita, o Sputnik, o primeiro animal em órbita, com a missão da cadela Laika, e o envio do primeiro homem ao espaço, o cosmonauta Yuri Gagarin. Os Estados Unidos acabaram se impondo na corrida espacial, quando Neil Armstrong chegou à Lua, em 1969. No presente, as operações enfrentam dificuldades de inovação e falta de financiamento, já que Moscou prioriza os gastos militares. Além disso, o setor se viu abalado por escândalos de corrupção e fracassos de lançamento, além da concorrência de Estados Unidos, China e empresas privadas, como a Space X, do bilionário Elon Musk
A Rússia lançou nesta sexta-feira (11) sua primeira missão à Lua em quase 50 anos com o objetivo de dar um novo impulso ao seu programa espacial, que acumulou dificuldades nos últimos tempos e está isolado pelo conflito na Ucrânia. O lançamento do módulo Luna-25 é o primeiro à Lua desde 1976, época em que a então União Soviética estava na vanguarda da conquista espacial. Mas, desde o fim da URSS, Moscou enfrentou uma série de dificuldades, como falta de financiamento e escândalos de corrupção
A sonda de 800 quilos foi lançada por um foguete Soyuz da base espacial de Vostochni, no extremo leste do país, às 2h10 no horário de Moscou (20h10 em Brasília), segundo imagens transmitidas ao vivo pela agência espacial Roscosmos. A aeronave se elevou, deixando para trás uma espessa nuvem de fumaça e chamas que se destacava no céu. O equipamento deve levar cinco dias para chegar à órbita lunar, onde ficará entre três e sete dias para escolher um bom lugar para o pouso na zona do polo sul do satélite
'Está previsto que a nave entre em órbita lunar [...] em 16 de agosto, com aterrissagem na superfície do satélite natural da Terra previsto para 21 de agosto, ao norte da cratera Boguslawsky', o polo sul lunar, acrescentou a Roscosmos em um comunicado. 'Pela primeira vez na história, haverá um pouso no polo sul lunar. Até agora, todos pousaram na zona equatorial da Lua', disse Alexander Blokhin, da Roscosmos, em entrevista recente ao jornal oficial Rossíiskaya Gazeta
De acordo com a agência espacial russa, a missão, que deve ter um ano de duração, tem o objetivo de coletar amostras e analisar o solo, além de realizar investigações científicas de longo prazo. O lançamento ocorre em meio a um contexto de isolamento do programa espacial do país, já que a Roscosmos está vetada pelas potências ocidentais e busca uma cooperação no setor com a China. O analista independente russo Vitali Yegorov afirmou que esta missão é um teste para Moscou. 'A questão mais importante é: consegue aterrissar na Lua?', questionou à AFP
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, prometeu dar continuidade ao programa espacial, apesar das sanções, e recordou quando a URSS enviou o primeiro homem ao espaço, em 1961, em meio a tensões com o Ocidente. 'Estamos sendo guiados por nossos ancestrais para seguir adiante, apesar das dificuldades e das tentativas de nos obstaculizar', disse Putin em uma visita a Vostochni no ano passado. O diretor da Roscosmos, Yuri Borisov, reconheceu em junho que a missão é 'arriscada'
'No mundo, a possibilidade de sucesso desse tipo de missão é estimada em 70%', disse ele em um encontro com Putin. A primeira parte do foguete Soyuz caiu a 28 km da localidade de Shakhtinski, na região de Khabarovsk, anunciou o governador regional, Mikhail Degtiariov, no Telegram. As autoridades retiraram os moradores dessa área uma hora antes do lançamento. Eles puderam voltar para casa algumas horas depois. A última missão soviética à Lua, em 1976, Luna-24, trouxe amostras de solo do satélite para a Terra
O programa espacial é motivo de orgulho na Rússia, devido ao lançamento do primeiro satélite em órbita, o Sputnik, o primeiro animal em órbita, com a missão da cadela Laika, e o envio do primeiro homem ao espaço, o cosmonauta Yuri Gagarin. Os Estados Unidos acabaram se impondo na corrida espacial, quando Neil Armstrong chegou à Lua, em 1969. No presente, as operações enfrentam dificuldades de inovação e falta de financiamento, já que Moscou prioriza os gastos militares. Além disso, o setor se viu abalado por escândalos de corrupção e fracassos de lançamento, além da concorrência de Estados Unidos, China e empresas privadas, como a Space X, do bilionário Elon Musk
A Rússia lançou nesta sexta-feira (11) sua primeira missão à Lua em quase 50 anos com o objetivo de dar um novo impulso ao seu programa espacial, que acumulou dificuldades nos últimos tempos e está isolado pelo conflito na Ucrânia. O lançamento do módulo Luna-25 é o primeiro à Lua desde 1976, época em que a então União Soviética estava na vanguarda da conquista espacial. Mas, desde o fim da URSS, Moscou enfrentou uma série de dificuldades, como falta de financiamento e escândalos de corrupção
  • Rússia lançou nesta sexta-feira (11) sua primeira missão à Lua em quase 50 anos com o objetivo de dar um novo impulso ao seu programa espacial, que acumulou dificuldades nos últimos tempos e está isolado pelo conflito na Ucrânia. O lançamento do módulo Luna-25 é o primeiro à Lua desde 1976, época em que a então União Soviética estava na vanguarda da conquista espacial. Mas, desde o fim da URSS, Moscou enfrentou uma série de dificuldades, como falta de financiamento e escândalos de corrupção.