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Embolia gasosa, que levou Saulo Poncio a ser internado na UTI, pode ser fatal; entenda

Complicação é caracterizada pelo acúmulo de ar ou gás nos vasos sanguíneos

Aos 27 anos, o cantor e influenciador Saulo Poncio foi internado na noite dessa terça-feira (3) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), diagnosticado com embolia gasosa após sentir fortes dores no tórax.

O que é a embolia gasosa?
A embolia gasosa é caracterizada pelo acúmulo de ar ou gás nos vasos sanguíneos, o que pode acontecer em qualquer parte do corpo, tanto nas veias quanto nas artérias, obstruindo a circulação. No caso de Saulo, isso ocorreu no coração, na entrada de ar na circulação arterial.

Dependendo do local para onde essas bolhas de ar viajem, existe o risco de isquemia (falta de fluxo sanguíneo), danos aos tecidos, colapso cardiovascular, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência de órgãos.

Os sintomas mais comuns são falta de ar, dores no peito, tonturas e náusea. A gravidade da doença depende da quantidade de ar na circulação sanguínea e do órgão afetado pela embolia.

— Se a embolia ocorre no coração, cérebro e em grande quantidade no pulmão podem ser fatais. Em pequenas quantidades em artérias periféricas podem passar despercebidos sem nenhum sintoma e não trazer nenhuma complicação futura — explica Julianny Freitas, cardiologista da Casa de Saúde São José.

A entrada de ar ou gás nas estruturas vasculares é uma complicação que pode acontecer em qualquer procedimento médico que possibilite a entrada de gás nos acessos vasculares do paciente, como cirurgias, alguns exames, ou a retirada de cateteres, por exemplo, afirma a especialista.

Quem corre risco de desenvolver a doença?
Segundo a cardiologista, não existe predisposição associada à embolia gasosa. Todos os indivíduos que são submetidos a procedimentos que tenham acesso a circulação sanguínea estão sujeitos a esse risco.

A embolia gasosa também pode acometer mergulhadores de alta profundidade. Nesse caso, o mergulhador pode enfrentar um aumento do volume de ar retido nos pulmões ao subir devido à redução da pressão, o que pode romper os alvéolos pulmonares e fazer com que o ar entre na corrente sanguínea.

Como é o tratamento?
O tratamento envolve o uso de anticoagulantes para diminuir a formação de trombos associados aos êmbolos gasosos e terapia com oxigênio hiperbárico, quando o paciente, deitado, recebe oxigênio puro e depois retorna para um ambiente de alta pressão, para que as bolhas de ar sejam comprimidas e forçadas a se dissolverem no sangue.

(Folha de Pernambuco)