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Estudante de medicina fica em estado vegetativo após cirurgia na mandíbula em Minas

O caso aconteceu em março de 2023 e desde então Larissa Moraes de Carvalho permanece sob efeitos de um dano cerebral causado após o procedimento

Por Estadão Conteúdo26/04/24 às 19H02 atualizado em 27/04/24 às 00H00

Uma estudante de 31 anos permanece em estado vegetativo um ano após ter realizado uma cirurgia ortognática, para reparação de mandíbula, em Juiz de Fora, Minas Gerais. O caso aconteceu em março de 2023 e desde então Larissa Moraes de Carvalho permanece sob efeitos de um dano cerebral causado após o procedimento. A cirurgia foi realizada pela Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, que preferiu não comentar o caso.

Larissa é farmacêutica formada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e estudante do curso de medicina na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Um ano após o caso, através de uma liminar, a jovem passou a ser tratada no modelo home care, esquema de atendimento médico hospitalar domiciliar, ainda em estado vegetativo.

A família da jovem defende que o caso se trata de erro médico com base em laudos médicos anexados junto à uma denúncia encaminhada ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Os documentos, destacam que Larissa teria sido vítima de “falhas em diferentes pontos da assistência médico-hospitalar prestada, desde o acompanhamento anestésico até cuidados pós-PCR, que contribuiram para a desfecho neurológico observado”.

Também baseado nesses laudos, o promotor de Justiça, Jorge Tobias de Souza alegou que houve falhas no procedimento cirúrgico, motivo que demandou a necessidade de aprofundamento das investigações. O MP solicitou então a abertura de um inquérito pela Polícia Civil em setembro de 2023.

O caso também foi encaminhado para avaliação do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG).

Segundo a Polícia Civil, o inquérito foi instaurado e ainda permanece aberto na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Juiz de Fora, que investiga as circunstâncias do ocorrido. De acordo com a corporação, depoimentos foram colhidos e diligências seguem em andamento, sete meses após a solicitação do MP.

Procurado pelo Estadão, o CRM-MG afirmou que “todas as denúncias recebidas, formais e de ofício, são apuradas, sendo respeitada a ampla defesa e o contraditório”. Ainda segundo a autarquia, o processo segue sob apuração sigilosa.

Responsável pelo procedimento cirúrgico, a Santa Casa de Misecórdia preferiu não se manifestar sobre o caso, alegando que não fará comentários fora dos autos judiciais.