Friends estreou em meados dos anos 90 e se tornou um fenômeno mundial, a ponto de ter que pagar US$ 1 milhão por episódio aos seus protagonistas quando seu fim se aproximava. Mas aqueles eram tempos diferentes, de modo que as tramas e personagens que apareciam não envelheceram tão bem assim.
A Geração Z classificou a série favorita de muitos millennials como “cringe” e problemática. Motivos não faltam, já que até mesmo uma de suas cocriadoras, Marta Kauffman, quis se desculpar pela má representação que a comédia promoveu ao longo de suas 10 temporadas.
Durante uma recente participação em um programa da BBC World, Kauffman explicou que foi um “erro” não tratar a mãe de Chandler Bing (Matthew Perry), uma mulher transgênero interpretada por Kathleen Turner, no feminino: “Os pronomes eram algo que eu ainda não entendia. Continuamos nos referindo a ela como ‘pai de Chandler’, mesmo ela sendo trans.”Estrela de Friends, Jennifer Aniston usa vestido que roubou do guarda-roupa de Monica e provoca fãs: “Parece familiar?”
Kauffman também admitiu ser “culpada” por não ter “representação suficiente de negros” em Friends, atribuindo o fato ao “racismo sistêmico em nosso meio”. Como nunca é tarde para revisitar o passado e fazer diferente, Kauffman resolveu doar US$ 4 milhões para um projeto de estudos africanos e afro-americanos da Brandeis University, em Boston, onde a própria se formou em Teatro.
De acordo com o Los Angeles Times, a cocriadora ainda mencionou que foi “difícil e frustrante” ver as críticas relacionadas à falta de diversidade em Friends – que também conta com Jennifer Aniston, Courteney Cox, Lisa Kudrow, Matt LeBlanc e David Schwimmer.
“Foi depois do que aconteceu com George Floyd que comecei a pensar em como ele trouxe o racismo sistêmico para o show de maneiras que nunca percebi. Esse foi realmente o momento em que eu comecei a olhar para o que tinha feito. Então soube que precisava corrigir o rumo”, lembrou Kauffman.Fãs de Friends podem se hospedar em réplica idêntica ao apartamento de Monica e Rachel; veja fotos
Por fim, ela afirmou que aprendeu muito nos últimos 20 anos e que, hoje, assume a responsabilidade pela homogeneidade branca dos personagens da sitcom. “É doloroso olhar no espelho. Tenho vergonha de não ter reparado nisso 25 anos atrás”, completou.
(Adoro Cinema)