Guns no Rock in Rio: Axl canta ‘Knockin’ on heaven’s door’ com chapéu britânico no dia da morte da rainha

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Com Slash inspirado e Axl Rose esforçado, mesmo com a voz longe dos bons tempos, banda desfilou hits e fez referência britânica sem citar nome de Elizabeth.


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Axl Rose não é o mesmo, mas compensa a dificuldade nos agudos com graves imponentes, solos longos de Slash e o repertório amado pelos fãs. Quem não esperava o milagre de ver o Guns de 1991 até teve motivo para sair satisfeito ao ver o do Rock in Rio 2022.

A única surpresa do show foi o chapelão e a camiseta com bandeiras da Grã-Bretanha que Axl usou ao cantar “Knockin’ on heaven’s door”, de Bob Dylan. O visual especial e a letra sobre “bater na porta do céu” indicam uma referência à morte da Rainha Elizabeth II, mesmo que ele não tenha citado o nome dela.

Eles tocaram por duas horas e meia no show principal do Palco Mundo nesta quinta-feira (8).

Guns N' Roses se apresentam no Rock in Rio 2022 — Foto: Stephanie Rodrigues/g1

Guns N’ Roses se apresentam no Rock in Rio 2022 — Foto: Stephanie Rodrigues/g1

Há muitos anos Axl está assim, mas a combinação da voz detonada com solos intermináveis pareceu um pouco mais difícil para o público nesta quinta. No início do bis, quando eles tocavam “Patience”, uma boa parte da plateia já tinha perdido a paciência e buracos apareciam não muito longe do palco.

A banda subiu ao palco com apenas 5 minutos de atraso, ótima marca considerando o fuso horário de Axl Rose.

Slash, do Guns N' Roses, dá show na guitarra no show do Rock in Rio
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Slash, do Guns N’ Roses, dá show na guitarra no show do Rock in Rio

Esse já é o quinto show do Guns no Rock in Rio. Exceto o de 1991, sempre que Axl sobe ao palco rola um choque coletivo de ver e ouvir como ele está hoje. Por isso o clima é de apatia na entrada, em “It’s So Easy”.

O vocalista de 60 anos parece resignado com a perda de agudos e tenta caprichar nos graves deste início, que também tem “Mr. Brownstone” e “Chinese Democracy”, ainda em clima morno.

Depois ele vai tentando soltar os agudos com resultados irregulares. Algumas músicas são tão queridas na plateia que são impossíveis de errar. “November Rain”, melhor momento do show, é uma delas. “Welcome to the Jungle” é outra – com o reforço de um solo fora do convencional de Slash.

Guns faz versão acústica de "Patience"
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Guns faz versão acústica de “Patience”

Ele confia tanto no colega que às vezes o show parece uma apresentação de Slash com alguns solos de voz de Axl – se for contar o tempo de cada um não deve ser tão diferente.

Às vezes ele alcança as notas, mas a que custo? Em “Live and let die” e “Civil War”, por exemplo, o agudo vem com uma cara de dor física e um timbre sofrido, a famosa voz de pato.

Em “Civil War” a voz ainda vem anasalada e sem fôlego como nunca, e mesmo assim Axl se esforça, dança rodando com um pé só e consegue empolgar o público.

Axl Rose vestia uma camisa estampada com a foto de duas passistas de samba de costas, com adereços azuis e amarelos. Não era mais biazarra do que a do baixista Duff McKagan, com a frase “Só Deus e Jiu Jitsu salvam”.

O palco também tinha uma bandeira azul e amarela, mas no caso era um apoio à Ucrânia – a bandeira também apareceu no telão enquanto Slash fazia o solo de “Machine gun”, de Jimi Hendrix.

Exceto por esses detalhes, as novidades são as duas primeiras faixas do grupo desde 2008. “Absurd” e “Hard Skool” saíram no ano passado, mas sao sobras da época do disco “Chinese Democracy”. O público recebeu com frieza.

No começo do show, ele fala uma palavra que soa como “Brasília” logo antes de cumprimentar a plateia (“It’s good to see you”, ou “é bom ver vocês”). Não fica claro se ele quis dizer “Brazilians” (Brasileiros), se errou o nome do país como “Brasília”, ou achou que estava na cidade errada.

De qualquer forma, a pronúncia causa constrangimento na plateia, com pessoas corrigindo: “É Brasil”. No fim do show, ele falou o nome do Rio de Janeiro certinho. Aí tudo bem.

(Fonte: G1)