Interrompido por ofensas racistas, jogo entre PSG e Istanbul continuará nesta quarta (9)

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Paris Saint-Germain's Brazilian forward Neymar (L) speaks with Paris Saint-Germain's Brazilian midfielder Rafinha during the UEFA Champions League group H football match between Paris Saint-Germain (PSG) and Istanbul Basaksehir FK at the Parc des Princes stadium in Paris, on December 8, 2020. - Paris Saint-Germain's decisive Champions League game with Istanbul Basaksehir was suspended on December 9 in the first half as the players walked off amid allegations of racism by one of the match officials. The row erupted after Basaksehir assistant coach Pierre Webo, the former Cameroon international, was shown a red card during a fierce row on the touchline with staff from the Turkish club appearing to accuse the Romanian fourth official of using a racist term. (Photo by FRANCK FIFE / AFP)

Após ser interrompida por volta do minuto 15 após uma suposta ofensa do quarto árbitro contra um membro da comissão técnica do Istanbul Basaksehir, nesta terça-feira, a partida entre a equipe turca e o francês PSG será retomada nesta quarta em Paris, segundo a Uefa.

Foto: Franck Fife/AFP

Durante o jogo, válido pela sexta e última rodada do Grupo H da Liga dos Campeões, o atacante francês Demba Ba, de origem senegalesa, estava no banco de reservas e discutiu com o quarto árbitro, o romeno Sebastian Colţescu, a quem acusou de ofensas racistas.

Demba Ba acabou expulso pelo árbitro principal, o também romeno Ovidiu Hategan, e todos os jogadores das duas equipes deixaram o gramado do Parc des Princes em solidariedade ao atacante.

O alvo das ofensas do quarto árbitro foi camaronês Pierre Webo, membro da comissão técnica do Basaksehir, que foi defendido por Demba Ba.

Segundo conversas captadas pelos microfones da televisão, Demba Ba pediu ao auxiliar de arbitragem uma explicação para o uso do termo ‘negro’: “Por que na hora de falar de um cara branco você diz ‘esse cara’, e na hora de falar de um cara negro você diz ‘esse cara negro’?”.

Liderados por Demba Ba, Neymar e Mbappé, os jogadores das duas equipes deixaram o gramado em sinal de protesto. O atletas do time parisiense ficaram no vestiário por cerca de 10 minutos e depois retornaram para aguardar o reinício do duelo, enquanto os adversários turcos não voltaram.

Dirigentes dos dois clubes foram a campo em busca de uma solução, mas o presidente do Basaksehir disse que a equipe não retornaria se Sebastian Colţescu seguisse na partida.

“O quarto árbitro disse ‘negro’ na frente de todos! Se o quarto árbitro for retirado do jogo, jogaremos novamente. Se ele ainda estiver em campo, Basaksehir não retornará”, disse Göksel Gümüsdag ao canal de televisão turco TRT Sport.

O jogo ficou paralisado por quase duas horas até ser determinada a retomada a partir do minuto 14, nesta quarta-feira, às 14h55 (horário de Brasília), no estádio Parc des Princes.

Como RB Leipzig venceu o Manchester United (3º) por 3 a 2 na outra partida da chave, assumindo assim a liderança do grupo com 12 pontos, o PSG, já classificado às oitavas, precisa vencer a equipe turca para ficar com o primeiro lugar.

O incidente em Paris foi criticado pelo presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que denunciou “veementemente” o ato racista e pediu à Uefa (entidade que rege o futebol europeu) para atuar no caso.

“Condeno veementemente os insultos racistas a Pierre Webo, membro da comissão técnica do Basaksehir, e estou convencido de que a Uefa irá tomar as medidas que forem impostas”, escreveu no Twitter Erdogan, torcedor do clube da capital turca.

Criado em 2014, a partir antiga equipe municipal de Istambul, o Istambul Büyüksehir Belediyesi, fundada em 1990, a curta história do Basaksehir é ligada ao governo turco, de quem recebe apoio, e as cores do time (laranja, azul e branco) são as mesmas do AKP (Partido da Justiça e Desenvolvimento), partido de Erdogan.

A Uefa emitiu um comunicado no qual indicou que fará uma “investigação profunda” sobre o caso.(Folha de PE/Esportes)