O brasileiro subiu ao lugar mais alto do pódio do surfe nas Olimpíadas e homenageou sua avó Mariquinha, que morreu em 2019
Primeiro medalhista de ouro do Brasil nos Jogos de Tóquio, Italo Ferreira está radiante com o feito na praia de Tsurigasaki, no litoral do Japão. Ele ganhou do japonês Kanoa Igarashi na final do surfe, na madrugada esta terça-feira (27/7), subiu ao lugar mais alto do pódio e homenageou sua avó, que morreu em 2019. “Queria que ela estivesse aqui para me ver campeão olímpico”, disse.
O medalhista olimpíco confessa que tinha uma relação muito próxima com sua avó Mariquinha. “Ela era uma figura. A gente sempre brincava. Quando fui campeão mundial levei o troféu no quarto dela e agora vou levar essa medalha de novo lá. É um ritual. Lá de cima sei que ela está muito orgulhosa”, afirmou.
A vitória de Italo coroa uma trajetória que começou na pequena comunidade de Baía Formosa, no Rio Grande do Norte. Filho de pai pescador e mãe que trabalhava na pousada onde a família morava, Italo começou a demonstrar o seu talento logo cedo e não demorou para ser descoberto. Foi Luiz “Pinga”, diretor de marketing de uma das principais marcas de surfe do mundo, quem primeiro abriu as portas para ele rumo a uma carreira profissional no surfe.
E o garoto não desperdiçou a oportunidade. Em 2011, venceu duas etapas do Pró Junior. Depois, em 2014, foi campeão brasileiro e se classificou para integrar o WCT (World Championship Tour), a elite do circuito. Em 2015, ano de estreia no Tour, foi o melhor novato, terminando em um incrível sétimo lugar aos 21 anos.
Em 2019, seguiu enfileirando títulos e fazendo exibições impressionantes. Deixou sua marca nas ondas da Gold Coast, na Autrália, em um campeonato de aéreos do Red Bull Airborne e venceu em Peniche, etapa portuguesa do Tour.
Ainda em 2019, chegou à decisão do Pipe Masters, onde enfrentou e venceu Gabriel Medina, se tornando o terceiro brasileiro a conquistar o título, depois de Gabriel e Adriano de Souza.
A história de origem humilde de Italo até a glória no surfe foi objeto do documentário “Curious tales of Italo Ferreira”, dirigido por Luiza de Moraes e produzido pela O2. O filme de 30 minutos ainda não tem data de lançamento prevista.
(Fonte: Metrópoles)