Leila fala sobre ação de R$ 127 milhões contra WTorre: “Palmeiras não recebe absolutamente nada”

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Presidente justificou a briga na Justiça e o pedido de abertura de inquérito contra a parceira do Allianz Parque. Clube entende que podem ter ocorrido dois crimes por parte da construtora

Leila Pereira, presidente do Palmeiras, disse que o clube “não recebe absolutamente nada” dos eventos que acontecem no Allianz Parque, exceto pelos jogos da equipe em casa, nos quais a receita de bilheteria é 100% do Verdão.

Este é o motivo pelo qual o clube pediu a abertura do inquérito criminal para investigar a Real Arenas, braço da WTorre responsável pelo Allianz, e cobra da construtora mais de R$ 127 milhões.

– As pessoas acham que o Palmeiras ganha milhões com esta parceria e não ganha. Deveria ganhar, sim, um percentual das receitas da Real Arenas, e desde 2015 eles pagaram apenas sete meses. O Palmeiras tem uma execução de quase R$ 130 milhões – declarou, em entrevista à CNN.

Leila Pereira, presidente do Palmeiras — Foto: Marcos Ribolli

– Com a operação da Real Arenas, o Palmeiras não recebe absolutamente nada – acrescentou.

O contrato firmado entre Palmeiras e WTorre prevê que o clube tem direito mensalmente a percentuais de receitas do Allianz Parque como locação para shows, exploração de áreas como lanchonetes e estacionamentos, além de locações de cadeiras, camarotes e naming rights. O valor aumenta ao longo dos 30 anos de parceria.

Só que o Verdão não recebe esta fatia desde 2015. O clube argumenta que a dívida é incontroversa, pois a WTorre apresenta relatórios mensais, como previsto no acordo, detalhando as receitas que o Palmeiras teria direito a um percentual.

– Não é que o Palmeiras está em litígio com a WTorre, não. De jeito nenhum. Só quer o que é devido. Estamos executando este valor, eles precisam pagar. É uma dívida incontroversa, a Real Arenas confessa este valor, está sendo executado na Justiça Comum. Mas a Justiça é morosa, e quem não quer pagar se aproveita para protelar cada vez mais – completou Leila.

Esta dívida é motivo de discussão na Justiça desde 2017, por meio de uma ação de execução de título extrajudicial. Em paralelo, o clube pediu a abertura do inquérito criminal no 23º Distrito Policial de São Paulo.

O Palmeiras deseja que se apurem possíveis crimes de apropriação indébita e associação criminosa, além do bloqueio de bens, valores e contas da Real Arenas e seus gestores, e a quebra do sigilo bancário da empresa desde novembro de 2014, como revelou o ge.

Desde que o Allianz Parque foi inaugurado, os repasses foram feitos em apenas sete meses: novembro e dezembro de 2014, e de janeiro a junho de 2015 (exceto maio daquele ano).

Este é o principal, mas não o único impasse vivido entre os parceiros. Além da discussão sobre pontos de vista diferentes sobre o contrato na corte arbitral, o Verdão tem tentado implementar o acesso no Allianz Parque com a biometria facial inclusive nos setores da WTorre, mas entende que a parceira tem dificultado como retaliação à cobrança na Justiça dos R$ 130 milhões.Reproduzir vídeoReproduzir–:–/–:–Silenciar somTela cheia

Emilio Botta explica polêmica entre Palmeiras e WTorre por dívida e biometria

Domingo, contra o Coritiba, os clientes do Passaporte, programa de venda de cadeiras da construtora, tiveram uma aglomeração no acesso, pois o clube informou que a entrada teria de ser por biometria, e a WTorre disse que não implementaria a mudança agora.

O Palmeiras reforçou que a entrada no jogo seria apenas com o reconhecimento facial, mas nem todos os membros do Passaporte fizeram o cadastro. Por isso, foi necessário fazer uma operação de contingência para conseguir que todos entrassem na arena.

A Real Arenas disse, em nota, o inquérito policial é um “ataque unilateral” da presidente Leila Pereira.

– A Real Arenas repudia esse novo ataque unilateral da presidente Leila Pereira. A dirigente tem desrespeitado de forma reiterada as decisões do Tribunal de Arbitragem, que tramita sob sigilo, e tenta atingir de forma injustificável a reputação da empresa parceira da SEP.

– Esse novo e despropositado ataque não condiz com a gestão séria da Real Arenas, que investiu na construção do Allianz Parque, reconhecida como melhor arena da América Latina. Vemos com perplexidade a mudança repentina de atitude, uma vez que tivemos nos últimos anos negociações pacíficas relacionadas aos créditos e débitos de parte a parte.

– Também nos causa profunda estranheza que este novo factoide aconteça com a ordem de alguém que é cliente Real Arenas na locação de camarotes e dos serviços para operação deles de forma ininterrupta desde 2017, como gestora da Crefisa. Lamentamos este novo capítulo de falta de respeito às autoridades arbitrais nas tratativas e manteremos nossa postura de tratar os trâmites legais nos fóruns adequados – diz a nota da empresa.

Até quando vai a parceria entre Palmeiras e WTorre?

Os 30 anos da parceria começaram a valer a partir da inauguração da arena. Ou seja, o contrato entre o clube e a construtora é válido até novembro de 2044.

Qual o percentual a que o Verdão tem direito nas receitas?

As receitas do Palmeiras pela locação da arena para eventos, além da exploração de áreas como lojas, lanchonetes e estacionamento são:

  • Até 5 anos da abertura: 20%
  • De 5 anos até 10 anos da abertura (estágio atual): 25%
  • De 10 anos até 15 anos da abertura: 30%
  • De 15 anos até 20 anos da abertura: 35%
  • De 20 anos até 25 anos da abertura: 40%
  • De 25 anos até 30 anos da abertura: 45%

Já as receitas pela locação de cadeiras, camarotes, além do naming rights com a Allianz são:https://a6aa9893aefe4ce957b8609c1a4fc62c.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html

  • Até 5 anos da abertura: 5%
  • De 5 anos até 10 anos da abertura (estágio atual): 10%
  • De 10 anos até 15 anos da abertura: 15%
  • De 15 anos até 20 anos da abertura: 20%
  • De 20 anos até 25 anos da abertura: 25%
  • De 25 anos até 30 anos da abertura: 30%

(GE)