Em entrevista ao Fantástico, Déa Lúcia disse que cantou a Oração de São Francisco para o filho um pouco antes da confirmação de sua morte
O Brasil se emocionou mais uma vez neste domingo (9/5) ao lembrar da morte do ator e humorista Paulo Gustavo. Em entrevista ao Fantástico, a mãe dele, Déa Lúcia, falou sobre como foram os últimos momentos de vida do ator.
“Fui chamada no hospital e falaram que ele teve morte cerebral. Eu segurei a mão dele, a Juliana (irmã) a outra e o Thales (marido), o pé. Fizemos a oração de São Francisco, que ele pedia para eu cantar para ele quando era pequeno. A frequência foi caindo até parar. Fechamos a cortina. Foi assim”, relatou emocionada.
Ela disse ainda que agora fica “a dor da saudade”, mas que vai fazer passar o sentimento com os netos. “Thales vai ter que dividir de qualquer maneira. Qualquer coisa dou uma chave de braço nele e fico com os dois”, brincou a mãe de Paulo Gustavo.
Preconceito e críticas
No papo, ela lembrou que o filho foi um ótimo exemplo. “Ele deixou um exemplo maravilhoso contra o preconceito”, afirmou. Ela enfatizou que “ele teve uma família que deu amor a ele” e ressaltou que a homofobia é crime.
A mãe de Paulo Gustavo também fez uma crítica à gestão de alguns governantes durante a pandemia de Covid-19: “Roubar na pandemia é assassinato e mata”. Ela revelou também que chorou pelas mães que perderam filhos durante a crise sanitária.
Rocha
Déa Lúcia surpreendeu pelo controle que demonstrou durante a entrevista. A irmã do ator, Juliana, revelou que a matriarca tem sido muito forte.
“Minha mãe é uma rocha. Eu devia estar consolando ela, mas é ela que faz isso 24 horas por mim”, contou entre lágrimas.
A mãe completou ainda que agora quem vai tomar conta dela é Juliana. “Já falei para ela: ‘seu irmão passou a bola para você e você vai ter que ficar’. Ela tem que ser forte.”
Risadas para todos os lados
A mãe do humorista, homenageada pela personagem Dona Hermínia no teatro e no cinema, lembrou momentos com o filho. Ela relatou como ele era genioso e sempre dizia que ia morar com o pai.
“Ele falava: ‘vou morar com papai’. Então, um dia eu juntei as coisas dele e mandei ele ir”, diverte-se Déa Lúcia. Ela contou também que, assim como Dona Hermínia, ela saía sempre para buscar Paulo Gustavo.
“A última vez ele estava numa boate no Arpoador. Quando ele entrou no carro para ir embora, eu ajoelhei e vim metendo a mão nele do Rio até Niterói”, lembrou.
Fonte: Metrópoles