Maya publicou um vídeo nesta terça-feira em que mostrou o resultado do procedimento
Por Agência O Globo
A influenciadora Maya Massafera publicou um vídeo nesta terça-feira em que mostrou a evolução de sua voz após as duas cirurgias de feminilização das cordas vocais, feitas como parte do processo de transição de gênero iniciado por Maya.
Na publicação, ela conta que a última cirurgia foi há 15 dias: — Então a minha voz não está pronta ainda. Ela só vai estar pronta daqui a dois meses e meio, que são três meses após a cirurgia — diz no vídeo.
A cirurgia de feminilização vocal é uma alternativa para mulheres trans para tornar a voz mais aguda. A própria hormonioterapia já influencia no tom da voz, porém o procedimento pode trazer resultados mais satisfatórios para a autoestima da população transexual.
Isso é possível porque o tom da voz é relacionado à frequência do som emitido pelas cordas vocais. Essa frequência, por sua vez, é determinada pelo comprimento e a tensão das cordas.
Geralmente, em mulheres cisgêneros (que se identificam com o gênero atribuído ao nascerem), a frequência gira em torno de 220Hz, enquanto em homens cisgêneros (que se identificam com o gênero atribuído ao nascerem), de 120Hz.
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A técnica mais utilizada para elevar essa frequência em mulheres trans é chamada de glotoplastia, um procedimento cirúrgico que envolve uma sutura nas cordas vocais para reduzir seu comprimento e, consequentemente, sua área de vibração.
É o que explicou a médica otorrinolaringologista, Erica Campos, que realiza o procedimento no Hospital Universitário Professor Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia, em publicação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), da qual a unidade é vinculada:
“A glotoplastia diminui a prega vocal com suturas, resultando na voz mais aguda. Não há cicatriz, já que a cirurgia é feita por dentro da boca. Contudo, é preciso permanecer de 7 a 10 dias em silêncio absoluto. Por isso, oriento ao menos 30 dias de afastamento em casos de grandes compromissos vocais, como professores e palestrantes, por exemplo”.
“Esse procedimento traz um sentimento de pertencimento às mulheres. Muitas vezes elas, sejam cis ou trans, passam por essa disforia vocal, que é um processo de intimidação de falar em público por não se sentir confortável com a voz”, continuou.