Criança de 11 anos foi internada em estado grave com infecção intestinal após comer lagartixa oferecida pela madrasta
Em Goiás, um menino de 11 anos precisou ser internado reiteradas vezes após comer uma lagartixa. O alimento teria sido oferecido pela madrasta da criança, e apesar de frito, provocou uma grave infecção gastrointestinal. Mas se animais como morcegos, lagartos e outros répteis fazem parte da cultura alimentar de algumas regiões do mundo, por que não devemos comer?
Embora não sejam venenosos ou peçonhentos, lagartixas, morcegos e outros animais que não têm origem controlada podem carregar diversos tipos de patógenos, como bactérias, vírus e fungos, e atuar como vetores de doenças — não à toa, pesquisadores acreditam que os morcegos foram os primeiros “reservatórios” do vírus que desencadeou pandemia de Covid-19.
— Esses animais carregam microrganismos que não causam doenças neles, mas que causam doenças em quem o consome — explica Priscilla Primi, mestre em Nutrição Humana pela Universidade de São Paulo (USP).
A mesma ideia vale para alimentos que, apesar de exóticos, têm o consumo mais difundido, como javali, rã e tatu, especialmente se ingeridos crus ou mal cozidos.
O sapo, em especial, tem um perigo a mais: toxinas, que são extremamente perigosas para o ser humano. Por isso, o consumo do anfíbio pode trazer muitos riscos à saúde.
Há ainda o risco em cadeia: sapos e lagartixas são predadores de insetos, que por sua vez podem estar adoecidos ou envenenados. Através da cadeia alimentar, esses animais, se ingeridos, podem desencadear intoxicações graves e/ou até alergias.
— O ideal é consumir alimentos que tenham origem controlada, e isso serve para qualquer alimento de origem animal — conclui Priscilla.
(O Globo)