O governador Paulo Câmara (PSB) foi entrevistado nesta quinta-feira (3) pelo jornalista Rhaldney Santos no YouTube do Diario de Pernambuco. O governador falou sobre o prefeito eleito do Recife, João Campos (PSB), além de analisar alianças políticas do PSB, e a articulação de uma frente ampla para as próximas eleições presidenciais em 2022.
Paulo Câmara também abordou temas como o impacto da pandemia do novo coronavírus nas contas do estado de Pernambuco, a possibilidade de um novo lockdown e a logística em relação à vacina da covid-19. O governador ainda discorreu sobre as festas de fim de ano, prometeu fazer um anúncio sobre o réveillon na próxima semana e afirmou que a decisão sobre a realização do Carnaval em 2021 será tomada mais à frente. Confira os principais trechos da entrevista:
“As eleições municipais acho que em todo o Brasil tiveram um significado diferente, até pela própria pandemia, pelo adiamento das datas, por desconfiança que havia se teríamos condições de fazer as eleições como foram feitas. Foi importante termos vencido essa etapa, com as eleições acontecendo em todos os municípios pernambucanos. Acredito que a partir de 1º de janeiro todos os eleitos terão condições de iniciar um trabalho que é realmente desafiador diante de tudo que nós estamos passando. Mas aqui no Recife, a satisfação foi muito grande com a eleição de João, ele foi um grande candidato e com certeza vai ser um grande prefeito. Ele teve uma capacidade muito grande de unir e isso foi fundamental para o seu êxito eleitoral. Ele tem um projeto para a cidade, um projeto importante, de continuidade, mas uma continuidade que vai ter a própria cara de João, com a sua própria juventude, com a sua própria forma de pensar um novo Recife. Ele vai contar com uma frente ampla que vai ser comandada por ele, que com certeza vai avançar e fazer o Recife a cidade que todos nós queremos”.
“Nós temos caminhos e formas de pensar dentro de um projeto. Fizemos alianças importantes em todo o país, com o PDT, temos uma aliança consolidada aqui com o PCdoB. O PT nos apoiou em 2018, mas nessas eleições aqui no Recife lançaram candidatura própria. Em vários municípios pernambucanos nós estivemos juntos. Há um respeito, um respeito principalmente por uma forma de pensar de centro-esquerda que nós queremos avançar. Nós temos muitos desafios no Brasil. O Brasil, no nosso entender, está sendo governado de uma forma que não está fazendo bem para à população. Vamos continuar a trabalhar e conversar com quem queira conversar conosco. Aqui no Recife e em Pernambuco nós temos uma ampla frente e temos uma aliança que deu um êxito muito grande no Recife, principalmente com o PDT e com o PCdoB. Então a gente vai continuar trabalhando e conversando com quem queira conversar dentro de um propósito maior, que é o de ajudar os municípios pernambucanos, ajudar Pernambuco, a região Nordeste e ajudar o Brasil, que nosso entender precisa avançar muito, precisa ser administrado de outra forma.
Possibilidade de um novo Lockdown
“A gente tem acompanhado esses números diariamente e semanalmente nós temos uma avaliação mais ampla. Isso desde março, desde o primeiro caso aqui, exatamente no dia 12 de março. E temos buscado a cada dia sermos totalmente transparentes com todos esses índices, colocando em prática todas as ações necessárias para enfrentar a covid-19. Não há neste momento nenhuma previsão de lockdown. Até porque os números caíram, caíram significativamente a partir do mês de maio, junho. Agora, há uma preocupação no momento atual porque esses números não estão caindo mais na mesma velocidade como antes. Há uma certa estabilidade, uma semana que aumenta, outra semana que cai, ou seja, não estamos mais no patamar que nós gostaríamos de estar em relação ao que nós acompanhamos, que é o número de casos, o número de óbitos, as internações. Mas o que ainda precisamos no momento é que uma parcela de população entenda que o vírus ainda existe e está matando. E essa parcela da população que abandonou o uso de máscara, que está relaxando nas medidas preventivas volte a adotá-las. Isso vai ser fundamental para os passos mais à frente. A pandemia permanece fazendo vítimas e não podemos voltar aos patamares de abril e maio. Mas por enquanto, é realmente trabalhar nessa questão social, principalmente, para que a população tome todas as medidas necessárias para que a gente não tenha mais nenhum retrocesso. E que essa estabilidade, essa ausência de queda nos números que a gente tem acompanhado nas próximas semanas, que eles voltem a cair nas próximas. É isso que a gente tem trabalhado e preparando o sistema para que o que acontecer nós estejamos preparados de maneira diferente de março e abril”.
Vacina
“As vacinas que forem certificadas, até agora nenhuma foi certificada pelas autoridades sanitárias do Brasil, elas precisam ser disponibilizadas para a população.Isso é fundamental para nós termos condições de ter um ano de 2021 a contento. Estamos conversando em todas as oportunidades, todas as questões. Não vamos politizar de maneira nenhuma um tema tão importante como é a vacinação. Então a gente tem que realmente pôr em prática o plano de vacinação que o governo federal normalmente conduz e precisa conduzir da forma que já conduziu outros planos de vacinação, seja lá atrás, seja em um passado recente, como a própria influenza, que todo ano nós vacinamos. Porque nós temos a logística, estamos preparados para vacinar a população. Agora a gente precisa da vacina. Estamos conversando com todos e queremos também estar à frente desse processo. Não vai faltar a preparação necessária. Na verdade já estamos prontos para tão logo essas vacinas sejam certificadas a gente fazer o que precisa ser feito”.
Volta às aulas
“Em relação às escolas nós tivemos toda a preocupação necessária. Os protocolos foram muito bem feitos. E eu quero parabenizar todas as instituições que voltaram às aulas porque elas têm cumprido o protocolo a contento e a gente não viu nenhum desarranjo em relação ao que foi planejado. Isso é motivo de louvor porque mostra que quando há a preparação, quando há o seguimento dos protocolos e das orientações, isso tem surtido efeito e é fundamental também para o ano de 2021”.
Impacto da pandemia nas contas do estado
“O impacto foi muito grande, tivemos que fazer cortes drásticos para conseguir fechar as contas em 2020. O que seria para Pernambuco um ano de grandes investimentos, até porque nós fizemos um dever de casa importante diante da crise econômica que o Brasil vem passando nos últimos anos, acabou se tornando um ano muito desafiador, de muito aperto, por causa da pandemia. Mas conseguimos atender às necessidade da saúde, conseguimos enfrentar o coronavírus, manter o estado funcionando. Estamos agora com um plano de convivências, com as obras em andamento, com a educação voltando no ensino médio, tendo resultados que precisam melhorar, mas resultados que estão também avançando na área de segurança, então estamos com planejamento posto para fechar o ano pagando todas as nossas contas e começar 2021 buscando também gerar emprego, que é o grande desafio do Brasil e de Pernambuco”. (Fonte: Diario de PE)