Objetos voaram durante a turbulência que deixou vários feridos e um morto – (crédito: Reuters)
Britânico de 73 anos morreu por um possível ataque cardíaco a bordo do voo que ia de Londres a Singapura.
Os passageiros que estavam a bordo de um voo atingido por forte turbulência entre Londres e Singapura relataram cenas de “terror completo”. Um britânico de 73 anos morreu devido a uma suspeita de ataque cardíaco a bordo, e vários outros seguem gravemente feridos.
Acredita-se que Geoff Kitchen tenha sofrido um ataque cardíaco no momento da turbulência. A imprensa noticiou que ele estava viajando para Singapura para começar férias de seis semanas junto com sua esposa, que também estava a bordo.
O Boeing 777-300ER do voo SQ321 com destino a Singapura, foi desviado para Bangkok, na Tailândia, após o incidente, fazendo um pouso de emergência às 15h45, horário local (4h45 em Brasília), com 211 passageiros e 18 tripulantes a bordo.
Cerca de 79 passageiros e seis tripulantes ainda estavam em Bangkok na manhã desta quarta-feira – onde recebem tratamento médico para ferimentos. Os demais seguiram para Singapura em outro voo.
Andrew Davies, um passageiro britânico a bordo do Boeing 777-300ER, disse à BBC que o avião “caiu repentinamente… com nenhum aviso prévio”.
“O que mais me lembro é de ver objetos e coisas voando pelo ar. Eu fiquei coberto de café. Foi uma turbulência incrivelmente forte”, disse ele.
Outro passageiro disse que aqueles que não usavam cinto de segurança foram “lançados imediatamente ao teto”.
“De repente, houve uma queda muito dramática, e todos os que estavam sentados e sem cinto de segurança foram lançados imediatamente para o teto”, disse à Reuters o estudante Dzafran Azmir, de 28 anos.
“Eu vi pessoas do outro lado do corredor completamente na horizontal, batendo no teto e caindo em posições estranhas. Pessoas com cortes enormes e concussões na cabeça.”
Azmir relatou que as pessoas bateram com a cabeça nos painéis superiores acima dos assentos e empurraram alguns dos painéis para dentro.
Outro britânico, Jerry, de 68 anos, estava viajando para a Austrália para o casamento de seu filho. Ele disse que não houve nenhum aviso antes de o “avião mergulhar”.
“Bati com a cabeça no teto, foi a minha mulher – alguns que estavam caminhando entre as fileiras tiveram azar e deram cambalhotas no ar.”
“Meu filho foi jogado no chão duas fileiras atrás de mim. Ouvi dizer que um sujeito bateu no teto do banheiro e também ficou gravemente ferido”, disse Jerry, que está em um hospital na Tailândia. Ele disse que ele e sua família tiveram “sorte suficiente” de não terem morrido.
A família estava viajando para o casamento de seu filho na sexta-feira, mas agora não poderá comparecer, disse ele.
Um homem de Singapura, cujo filho estava a bordo do avião, disse que ele foi “jogado para todos os lados”.
Chiew diz que seu filho de 22 anos estava em Londres de férias visitando sua namorada, que estava estudando em um programa de intercâmbio. O casal estava voando de volta para Singapura quando a turbulência começou.
Ele disse à BBC: “Meu filho estava indo ao banheiro e sua namorada estava sentada”.
“Ele disse que não estava ferido, estava bem, mas estava um pouco machucado e foi jogado para todo lado.”
Um porta-voz da companhia aérea disse que após cerca de 10 horas de voo, o avião encontrou “turbulência extrema repentina” sobre a bacia do Irrawaddy, em Mianmar, a 37 mil pés (11 mil metros) de altitude.
A Singapore Airlines também forneceu detalhes sobre as nacionalidades dos passageiros, que incluía 56 pessoas da Austrália e 47 do Reino Unido.
Allison Barker disse que recebeu uma mensagem de seu filho, Josh, que estava no avião a caminho de Bali: “Não quero te assustar, mas estou em um voo maluco. Eu amo todos vocês.”
Depois dessa mensagem, ela esperou duas horas “apavorantes” antes de receber notícias dele novamente.
“Em um minuto, ele estava sentado usando cinto de segurança, no minuto seguinte, ele deve ter desmaiado porque se viu no chão com outras pessoas”, disse ela à BBC.
Josh sofreu ferimentos leves – mas ela disse que está preocupada que a experiência possa ter deixado traumas.
O presidente da Singapore Airlines, Goh Choon Phong, pediu desculpas pelo incidente, afirmando que a companhia está “muito triste com essa experiência traumática”.
Em uma declaração em vídeo, Goh disse que a companhia aérea estava “cooperando totalmente com as autoridades relevantes nas investigações”.
Ele expressou também as suas condolências à família da vítima, acrescentando que “prestariam toda a assistência possível” aos passageiros e tripulantes afetados.
O primeiro-ministro de Singapura, Lawrence Wong, também enviou as suas “mais profundas condolências” à família da vítima, acrescentando que Singapura estava “trabalhando em estreita colaboração com as autoridades tailandesas”.
Ele também disse que o Departamento de Investigação de Segurança nos Transportes de Singapura conduziria uma investigação completa sobre o incidente.
Os acidentes envolvendo a Singapore Airlines são raros. A companhia aérea é constantemente classificada entre as mais seguras do mundo.
O último acidente fatal ocorreu em 2000, quando um Boeing 747 caiu ao tentar decolar da pista errada em um aeroporto de Taiwan. Cerca de 83 das 179 pessoas a bordo morreram naquele acidente.
A turbulência é comumente causada por aeronaves voando através das nuvens, mas também ocorre em “ar limpo” que não é visível no radar meteorológico.
“Lesões causadas por turbulência severa são relativamente raras no contexto de milhões de voos operados”, afirmou o especialista em aviação John Strickland à BBC.
A jornalista de aviação Sally Gethin disse que usar cinto de segurança pode ser a “diferença entre a vida e a morte”, explicando que qualquer pessoa que não esteja presa corre risco durante turbulências severas.
Uma pesquisa demonstrou que as mudanças climáticas tornarão mais provável a ocorrência de turbulências severas no futuro.
(Correios Brasilense)