Uma auditoria feita pelo governo francês considerou Noel Le Graet sem legitimidade para exercer as funções do cargo na FFF
Noel Le Graet, presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF), renunciou ao cargo nesta terça-feira (28), após uma auditoria do governo considerar que ele não tem mais legitimidade para exercer a função, pois responde a acusações de assédio sexual e moral. O caso veio à tona em setembro do ano passado, e o dirigente de 81 anos estava afastado desde janeiro deste ano.
De acordo com um comunicado divulgado pela federação, Le Graet formalizou a renúncia em uma reunião com o comitê executivo da entidade, nesta terça. Com o abandono, o vice-presidente Philippe Dallo exercerá a presidência de forma interina até junho de 2023, quando um nome definitivo deve ser escolhido para ocupar a cadeira.
Noel Le Graet assumiu a presidência da Federação Francesa de Futebol em 2011
A investigação foi aberta a pedido de Amélia Oudéa-Castéra, ministra dos Esportes da França, após a agente esportiva Sonia Souid dizer ter sido assediada sexualmente por Le Graet. Em entrevistas a veículos da imprensa francesa, Souid afirmou que foi abordada por ele ao longo de quatro anos, entre 2013 e 2017.
Houve também uma reportagem publicada pela revista So Foot que detalhou alguns casos. Ao longo de seis páginas, a publicação apresentou depoimentos de diversas funcionárias da federação falando sobre Le Graet. Algumas já haviam deixado a entidade. A maior parte das denúncias foi anônima. Elas afirmaram que recebiam mensagens de texto inapropriadas do presidente e que viviam em um “ambiente tóxico” dentro da federação.
Durante o processo, foi realizado um relatório com mais de 100 entrevistas e análises de uma série de documentos. A conclusão foi que o comportamento de Le Graet com mulheres era inapropriado e que as políticas internas para reprimir violência de gênero ou sexual não eram efetivas.
(R7 Esporte)