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‘Queridinha’ dos atletas, câmara hiperbárica acelera processo de recuperação pós-jogos

Neymar, Vinícius Jr e outros jogadores fazem uso do equipamento; médico do esporte explica funcionamento e benefícios

RESUMINDO A NOTÍCIA

Neymar (à esq.) e Vini Jr (à dir.) em sessão nas câmaras hiperbáricas

Neymar (à esq.) e Vini Jr (à dir.) em sessão nas câmaras hiperbáricas

MONTAGEM R7/ REPRODUÇÃO REDES SOCIAIS

Neymar, Hulk, Lebron James, Cristiano Ronaldo e Vinicius Jr. Além de serem cinco atletas de elite, qual a semelhança entre eles? Todos já fizeram uso da câmara hiperbárica na recuperação pós-jogos.

Em atividades de alta intensidade, é comum que esses profissionais, mesmo acostumados com a intensa rotina de treinamentos, sintam lesões ou dores musculares, mas esse equipamento médico, onde a pessoa respira oxigênio com 100% de pureza, se tornou um aliado na recuperação.

“A ideia da câmara é justamente você entrar em um local onde tem uma produção atmosférica um pouco maior do que a pressão normal e você é exposto a uma concentração de oxigênio maior”, explica Rubens Chavez, médico do esporte, fundador do Olimpo Instituto.

“A ideia é aumentar a oxigenação dos tecidos, e com isso aumentar a recuperação muscular”, completa o especialista.

O investimento no equipamento é alto, podendo variar entre R$ 40 mil e R$ 300 mil, em equipamentos mais sofisticados. Em 2020, por exemplo, o Corinthians foi o primeiro clube do país a comprar uma máquina hiperbárica para ajudar na recuperação dos atletas. Desde então, outros gigantes, como Palmeiras e Flamengo, investiram no equipamento.

Segundo Rubens, os tratamentos feitos na Câmara não são “indispensáveis” para um atleta, mas podem ser considerados uma “ferramenta a mais”, e cita outros métodos mais tradicionais na recuperação de atletas e de pessoas que realizem atividade física.

“O primeiro lugar de tudo para recuperação é uma boa hidratação, um bom sono e um bom balanço calórico. Isso é o básico”, explica, citando também a crioterapia (imersão no gelo), massagem esportiva e laser, em caso de lesões para diminuir a percepção de dores e acelerar a recuperação.

Câmara hiperbárica usada por atletas profissionais

Câmara hiperbárica usada por atletas profissionais

REPRODUÇÃO INSTAGRAM/ @AURORAHEALTHCARE

Apesar de ter se tornado sucesso entre os atletas, o especialista ressalta que o uso das hiperbáricas não conta com 100% de aprovação na literatura médica, pois existe uma percepção de que esse processo de aceleração da recuperação possa “cortar” a recuperação muscular.

O IBEPMH (Instituto Brasileiro de Ensino e Pesquisa da Medicina Hiperbárica) lista em um artigo feito por estudiosos nos Estados Unidos alguns dos efeitos colaterais que podem ser adquiridos após sessões de oxigenoterapia nas máquinas.

O barotrauma de ouvido médio é o mais comum e consiste em uma inflamação no ouvido, consequência da mudança da pressão atmosférica. Barotraumas dentais e pulmonares também são citados.

Em menor frequência, problemas como catarata, aumento da pressão arterial e claustrofobia também são listados, embora seja dito que a cada sessão de tratamento os efeitos tendam a diminuir.

“Os benefícios relatados pelos atletas consistem na diminuição da percepção de dor após a realização da sessão de câmara hiperbárica, e também melhora da função muscular um pouco mais rápido, então é natural que depois de um treino mais intenso haja uma fadiga e uma diminuição de força, e geralmente isso demora entre 48 e 72 horas para recuperar totalmente, então a ideia da câmara é justamente acelerar um pouco esse processo”, resume o médico.

(R7 Esporte)