Brasil deixa capital chilena com 205 medalhas, o seu melhor desempenho da história, e 40 vagas olímpicas na conta
O Brasil encerrou a participação nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023 com uma campanha superior à de Lima 2019 e de olho na Olímpiada de Paris 2024. O país terminou em segundo lugar no quadro geral de medalhas, com 66 ouros, 73 pratas e 66 bronzes.
Ao todo, foram 205 pódios na capital chilena, resultado que coloca grande expectativa para a competição francesa. É o melhor desempenho do Brasil na história do Pan. Mas o que isso significa para a disputa olímpica, em Paris, no meio do próximo ano?PUBLICIDADE
“Saio daqui [Santiago] feliz, estimulado, confiante em termos de um grande desempenho nos Jogos Olímpicos de Paris. Foi um resultado excelente, o maior da história do Brasil em Jogos Pan-Americanos, mas queremos sempre fazer melhor. Então, vamos trabalhar para isso”, destacou o diretor-geral do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Rogério Sampaio. A meta é o país superar as 21 conquistas de Tóquio.
O melhor desempenho pan-americano do país até então havia sido alcançado em Lima, no Peru, com 54 medalhas de ouro, 45 de prata e 70 de bronze, somando 169 pódios.
Em Santiago, o número de medalhas cresceu mais de 20%. Isso significa que há mais competidores se destacando nas Américas.
Para Sampaio, essa evolução está associada ao trabalho do COB em conjuntos com as confederações esportivas, bem como a criação das áreas de Desenvolvimento Esportivo e de Mulher no Esporte.
“[A área Mulher no Esporte do COB] tem por objetivo fazer com que todos tenham entendimento de que o processo de desenvolvimento e aprimoramento das mulheres têm de ser de uma maneira apartada dos homens. Existem particularidades no trabalho com as mulheres que não são as mesmas do aprimoramento dos homens”, comentou. Para ele, esse programa tem feito com que as mulheres consigam se desenvolver nas modalidades escolhidas e se destacar nas competições.
Rumo a Paris 2024
O Brasil deixa a capital chilena com mais 40 vagas garantidas para Paris 2024, chegando ao total de 143. Três delas saíram neste domingo (5), último dia de disputas. Os arqueiros Ana Machado e Marcus D’Almeida asseguraram a vaga com o segundo lugar nas finais do tiro com arco recurvo feminino e por equipes mistas.
“Foi meu primeiro Pan e foi muito incrível. Foi uma semana incrível e consegui fazer tudo o que me propus. Conseguimos a vaga para Paris, que era nosso principal objetivo, e ainda mais duas medalhas”, afirmou Ana, em depoimento divulgado pelo COB.
A outra vaga conquistada no último dia de Santiago foi da equipe masculina de tênis de mesa, que conquistou o ouro ao vencer o Canadá e, consequentemente, abriu o caminho para a França.
Com o fim das competições de Santiago, restam 8 meses e 20 dias de preparação para a delegação brasileira até os Jogos da capital francesa.
Vale lembrar que o atual ciclo olímpico é mais curto, de três anos, por causa do adiamento de Tóquio de 2020 para 2021. Rogério entende que o Pan passa mais confiança aos atletas, principalmente pela proximidade das competições de Santiago e Paris.
Isso ajuda. Há um trabalho de manutenção da condição nesses meses que separam as disputas. Também é possível uma avaliação e revisão de cada atleta sobre seu desempenho e assim focar algum trabalho específico.
O Pan é uma competição das Américas. Isso faz com que o Brasil se destaque entre seus pares pan-americanos. O COB sabe que em Olimpíada, o COI (Comitê Olímpico Internacional) reúne muito mais atletas de outras nações consideradas potências no esportes, como China e Japão, por exemplo.
No quadro de medalhas dos Jogos de Tóquio, o Brasil ficou em 12ª lugar, atrás de EUA, China, Japão, Grã-Bretanha, Atletas da Rússia, Austrália, Holanda, França, Alemanha, Itália e Canadá.
O Pan de Santiago confirmou que o Brasil continua forte em algumas modalidades que se deram bem na última edição olímpica. Isso faz com que seus atletas cheguem com moral a Paris. Em Tóquio, o Brasil festejou conquistas nos seguintes esportes: atletismo, boxe, canoagem, futebol, ginástica artística, judô, maratona aquática, natação, skate, surfe, tênis, vela e vôlei.
(R7 Esporte)